Em encontro com empresários da construção civil no início da noite desta terça (23), o candidato a presidente da República e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que vai retomar o programa Minha Casa, Minha Vida se voltar ao mais alto cargo do Planalto.
"Se a gente ganhar as eleições, a primeira coisa que eu quero fazer e dizer para vocês é que o Minha Casa, Minha Vida vai voltar a ser um programa de governo."
"Porque quem está sendo prejudicado neste momento é exatamente a parte de renda mais baixa, que é mais vulnerável e a que mais precisa de casa neste país", afirmou em coletiva antes da reunião.
O programa habitacional foi uma das marcas do governo Lula e fazia parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que num eventual novo mandato do petista deverá ganhar um selo ambiental, com foco na descarbonização.
Dedicado a construções de casas para famílias de baixa renda que não alcançavam condições de financiar um imóvel próprio, o Minha Casa, Minha Vida reduziu prazos, alíquotas e criou novas linhas de financiamento.
Ele foi extinto no ano passado, quando o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, criou o programa substituto Casa Verde e Amarela.
Ao extinguir o Minha Casa, Minha Vida, o governo Bolsonaro acabou com as condições dadas à faixa 1 do antigo programa de marca petista. Esse segmento era para famílias com renda bruta de até R$ 1.800 por mês (valor usado em 2020), que poderiam assinar contratos com subsídio de até 90% do valor do imóvel, sem juros.
"O Estado precisa se cercar de possibilidade econômica e utilizar os seus bancos para ajudar, através do Orçamento da União ou através de financiamento garantir que as casas possam ser construídas", disse Lula.
Lula disse ainda que, se ganhar a eleição, na primeira semana após a posse, quer se reunir com todos os governadores.
"Quero que cada governador indique quais são os três ou quatro projetos mais importantes de infraestrutura do seu estado. Possivelmente depois a gente se reúna com os prefeitos das capitais", disse Lula.
O objetivo, afirmou o petista, é iniciar um grande programa de financiamento.
"Tem muitas obras que foram paralisadas depois que o PAC deixou de ser alimentado como uma política pensada e levada a cabo pelo governo. Vamos retomar todas as obras que tiverem condições de serem retomadas."
Aloisio Mercadante, coordenador do programa de governo do ex-presidente, acompanhou Lula no encontro junto ao vice da chapa, Geraldo Alckmin, e disse que um eventual novo governo federal petista irá reaquecer o FGTS (fundo de garantia), após os seguidos e recentes saques liberados aos trabalhados em caráter de emergência.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Lula reafirmou o projeto de campanha de gerar empregos e reduzir impostos.
"Geração de emprego é obsessão, Porque ele [trabalhador] vira um consumidor, deixa de ser dependente do estado", afirmou o candidato.
"É plenamente possível a gente fazer uma política tributária que desonere os investimentos, e que possa garantir que haja mais justiça na política de imposto de terreno neste país", disse Lula aos empresários.
Para Mercadante é preciso "reduzir impostos indiretos e aumentar impostos sobre a renda e a riqueza". "Especialmente sobre a renda", afirmou.
"Temos uma agenda de futuro que a gente pode discutir em termos de reforma tributária. Como ter uma estrutura mais simples, mais eficiente, que desburocratize a vida das empresas, reduza custos, reduza impostos sobre folha de pagamentos ao mesmo tempo, do nosso ponto de vista, que tenha progressividade", disse o ex-ministro.
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