Bolsa avança com ganho da Petrobras em dia de alta do petróleo

Expectativa de valorização commodity, porém, amplia temor sobre inflação

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São Paulo

A Bolsa de Valores brasileira teve um dia de recuperação nesta quarta-feira (13), apoiada principalmente sobre os ganhos da Petrobras em um dia de forte alta do petróleo. Doses de otimismo com dados do varejo doméstico e o ânimo no exterior com o início da temporada de balanços nos Estados Unidos também colaboraram para o fechamento no azul.

Após três sessões em queda, o Ibovespa subiu 0,55%, a 116.781 pontos. As ações mais negociadas da Petrobras subiram 2,13% e tiveram a maior influência positiva sobre o índice de referência do mercado acionário do país.

O dólar subiu 0,27%, a R$ 4,6880. A moeda americana ganhou alguma força frente ao real ainda sob efeito da inflação nos Estados Unidos, cuja renovação da maior alta anual em quatro décadas sinalizou ao mercado, na véspera, a aceleração dos juros no país e uma potencial valorização global da divisa.

O preço do petróleo bruto ampliava seu avanço sob o impulso da China, maior importador mundial da matéria-prima, que indicou a possibilidade de adotar medidas para estimular o crescimento da economia, reportou a Bloomberg.

Em seu segundo dia de alta, o barril do petróleo Brent avançava 3,91% no fim da tarde desta quarta, a US$ 108,73 (R$ 508,91). Na véspera, a commodity já havia escalado 6,26%.

Trabalhador em plataforma de Petróleo marítima no Rio de Janeiro
Trabalhador em plataforma de Petróleo marítima no Rio de Janeiro - Pilar Olivares - 5.set.2018/Reuters

Apesar de favorecer o setor de commodities brasileiro, a alta de derivados do petróleo é o principal motor da inflação americana e mundial.

"A continuidade do rali do petróleo, que puxa o nosso índice da Bolsa, também eleva preocupações sobre o cenário inflacionário", comentou Victor Lima, analista de investimentos da Toro.

No mercado de ações dos Estados Unidos, investidores pesaram os dados do início da temporada de balanços do primeiro trimestre contra os riscos geopolíticos e inflacionários ampliados pela guerra na Ucrânia. O otimismo prevaleceu.

O indicador de referência S&P 500 subiu 1,12%, enquanto o Dow Jones, que segue empresas de grande valor, avançou 1,01%. O mercado focado em tecnologia acompanhado pelo índice Nasdaq saltou 2,03%.

Nesta terça-feira (12), o governo americano divulgou dados sobre a inflação de março, que avançou para uma taxa de 8,5% em 12 meses. É a maior alta anual de preços no país desde 1981.

O índice reforçou preocupações de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) promoverá aumentos mais fortes nos juros de referência do país no início de maio.

Elevações das taxas de juros nos EUA podem tornar a renda fixa do país vantajosa, a ponto de atrair dólares hoje aplicados em bolsas de valores e na renda fixa de economias emergentes. Isso poderia forçar países como o Brasil a elevar ainda mais seus juros para evitar fuga de capital e o consequente aumento da pressão inflacionária.

O mercado trabalha com a expectativa de uma alta de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Fed. É um avanço maior do que o 0,25 ponto percentual sinalizado pela autoridade monetária em março, quando os juros do país saíram do zero e tiveram o primeiro aumento desde 2018.

No Brasil, a taxa de juros DI (Depósitos Interbancários), para janeiro de 2023, recuou ligeiramente pela primeira vez em sete dias, cedendo de 13,10% para 13,05% ao ano.

Negociada exclusivamente entre instituições financeiras, a taxa é referência para a concessão de crédito a pessoas e empresas.

Contratos DI com vencimentos mais longos, como para os anos de 2024 a 2029, permaneceram em alta.

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