As receitas da Tesla tiveram um forte começo em 2021, graças a um bem sucedido aumento da produção na China e à demanda robusta continuada por seus carros elétricos em um mercado mais cheio, segundo números revelados depois do fechamento do mercado na segunda-feira (26).
Mas a atenção de Wall Street recaiu mais nas margens de lucro do negócio central automotivo da companhia, que ficou abaixo das expectativas enquanto registrava custos mais altos dos suprimentos e preços de venda médios mais baixos devido a transições de modelos. As ações da Tesla caíram mais de 2% em negócios após o pregão.
Com US$ 0,93 por ação, contra US$ 0,23 um ano antes, os ganhos pro forma ficaram à frente dos US$ 0,79 que Wall Street esperava. Mas o número refletiu diversos fatores isolados, incluindo um salto nas receitas da venda de créditos regulatórios, de US$ 354 milhões no mesmo período um ano atrás para US$ 518 milhões.
A recente decisão da Tesla de investir parte de seu caixa livre em bitcoins também aumentou os lucros, com as vendas da criptomoeda acrescentando US$ 101 milhões ao saldo.
A sólida demanda pelos carros da Tesla foi confirmada no início deste mês quando ela relatou entregas de 184.800 veículos no primeiro trimestre, cerca de 10% além das expectativas. Isso foi apesar de uma queda de mais de 80% nas vendas dos mais antigos modelos S e X antes do lançamento de novas versões dos carros.
As entregas borbulhantes levantaram a receita da Tesla para US$ 10,39 bilhões, contra pouco menos de US$ 6 bilhões no ano anterior.
As baixas vendas de seus modelos mais antigos e rentáveis, entretanto, foram um dos fatores que prejudicaram os lucros em um momento incomumente complicado para a companhia, e a Tesla disse que seus preços de venda médios caíram em consequência.
A escassez de chips enfrentada por toda a indústria de automóveis foi outra preocupação para os investidores, e ocorre em um momento em que a Tesla já enfrenta desafios armando sua cadeia de suprimentos para cuidar de novos modelos e instalações de produção.
Outros fatores que complicam o quadro incluem preparativos para o início da produção em novas fábricas em Berlim e no Texas neste ano, a recente adoção do modelo Y na China e o lançamento planejado de pick-up e semicaminhonete.
Para o primeiro trimestre, a maioria dos analistas esperava que a Tesla relatasse uma margem de lucros bruta das operações automotivas aproximadamente em linha com os 24,1% do quarto trimestre de 2020. Excluindo as vendas de créditos regulatórios, a margem ficou em 22%.
Os ganhos ajustados antes de juros, depreciação e amortização chegaram a cerca de US$ 1,84 bilhão, o dobro do nível do ano passado e alinhados com as expectativas.
Com base em princípios contábeis formais, a Tesla relatou uma receita líquida de US$ 438 milhões, ou US$ 0,39 por ação, contra US$ 16 milhões no ano anterior.
O número foi alcançado depois de deduzir US$ 299 milhões pagos ao executivo-chefe, Elon Musk, sob um polêmico plano de compensação em ações adotado em 2018. Isso se seguiu a US$ 267 milhões em ações que Musk recebeu pelo plano no último trimestre de 2020.
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