A multinacional de energia Enel, que em 2018 adquiriu a AES Eletropaulo, tem a intenção de comprar as distribuidoras estaduais Light (Rio de Janeiro) e CEB (Distrito Federal), segundo o principal executivo da empresa, Francesco Starace.
Starace afirmou que a companhia de origem italiana está em avançado processo de integração da antiga AES Eletropaulo (hoje Enel SP) e que poderá olhar para outros ativos em 2020. A empresa adquiriu 70% da distribuidora paulista em maio do ano passado por R$ 5,5 bilhões.
"A integração tem sido mais rápida que o esperado. Olhamos [oportunidades de negócio] em áreas urbanas e que tenham potencial de sinergia com regiões onde já atuamos", disse o executivo a jornalistas nesta quarta-feira (9).
Além da antiga Eletropaulo, a Enel controla distribuidoras em Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. A companhia ainda atua no setor de geração e transmissão de energia.
"A CEB seria [uma aquisição] interessante porque já atuamos em Goiás", disse. Ele afirma enxergar no Rio de Janeiro outra uma potencial sinergia, "mas [a possibilidade de privatização da Light] ainda parece estar nublada".
Ao comentar sobre o possível processo de privatização da Light, o executivo afirmou que há interesse, embora diga que "há cinco anos se diz que faz sentido [a venda], mas nada aconteceu. Para nós, seria uma oportunidade porque poderíamos combinar as áreas de atuação [dá Light] com as nossas".
Ao ser questionado sobre o interesse da companhia na Cemig, o executivo disse que "sim, para nós é uma possível sinergia" e, na sequência, falou sobre a intenção de adquirir a Light, da qual a Cemig já foi acionista. Após o encontro, a assessoria de imprensa da Enel disse que o executivo só se referiu à distribuidora carioca, apesar de ter sido questionado sobre a mineira.
O executivo afirmou ainda que a empresa não avalia ampliar seu negócio de transmissão no curto prazo. A companhia já possui a Cien, responsável pela conversão e transmissão de energia entre Brasil e Argentina.
Para Starace, a economia brasileira deverá ter crescimento, embora seja afetada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.
O executivo lançou nesta quarta-feira o projeto de digitalização da rede de distribuição do bairro de Vila Olímpia, em São Paulo.
Segundo a Enel, serão investidos R$ 125 milhões nos próximos três anos para instalar na rede local 40 iniciativas de inteligência artificial e digitalização. O projeto tem recursos do programa de pesquisa e desenvolvimento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A iniciativa contempla, por exemplo, a instalação de 4.000 sensores que vão monitorar as condições da rede elétrica e poderão alertar quando houver falhas, além de um dispositivo que permitirá acesso remoto.
Há a previsão ainda da implementação e sistemas que possam identificar, por exemplo, árvores próximas aos cabos da rede e que possam causar interrupção da transmissão.
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