Na tentativa de viabilizar a votação da reforma previdenciária, um grupo de entidades e empresários fará a partir do próximo mês uma ofensiva nas bases eleitorais de deputados indecisos ou resistentes à proposta.
O esforço, que incluirá debates e palestras, tem como objetivo reduzir a pressão regional sobre os parlamentares, em uma tentativa de convencê-los a se posicionar a favor da mudança no regime de aposentadorias.
A mobilização, que tem a participação de entidades como a Sociedade Rural Brasileira e o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, é capitaneada pelo CLP (Centro de Liderança Pública), organização de formação de gestores públicos.
A pressão contra a proposta tem sido maior no Nordeste, cuja maioria dos governadores é de oposição ao governo. Segundo análise feita pelo movimento, os estados da região com o maior número de deputados resistentes são Pernambuco e Ceará.
Para tentar quebrar a resistência, será promovido em Recife, no final de junho, evento com lideranças regionais e com a participação do secretário-adjunto da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.
"A gente precisa que a sociedade se aproprie da reforma previdenciária e dê um suporte ao Congresso Nacional para que ele a aprove", defendeu à Folha a diretora de mobilização do CLP, Ana Marina de Castro.
No início do próximo mês, o grupo lançará em São Paulo e em Brasília uma frente em defesa à proposta, que contará com o apoio de cinquenta instituições, entre elas entidades dos setores da construção e do comércio, como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção e a Confederação das Associações Comerciais do Brasil.
O esforço incluirá, além de eventos nas bases eleitorais, a abordagem a deputados indecisos, o acompanhamento do placar de votos e a produção de material para convencimento, como relatórios e vídeos para as redes sociais.
Em movimento paralelo, na terça-feira (28), confederações patronais entregaram ao presidente Jair Bolsonaro documento se comprometendo a apoiar a proposta. O texto foi assinado por entidades como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura).
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