A Justiça aceitou nesta quarta-feira (10) o plano de recuperação judicial protocolado pela exportadora de café da Terra Forte, de São João de Boa Vista (SP).
A empresa, que já foi a maior exportadora de café do país, acumula dívidas que somam R$ 1,05 bilhão. A companhia é familiar e controlada pelo empresário João Faria.
"A maior parte [do montante] é devida a créditos financeiros, 95% do valor é débito com bancos e tradings", afirma o advogado Gabriel Freire, sócio do escritório Fasv, que atende a Terra Forte.
Os maiores credores são Banco do Brasil, Banco Cargill e Bradesco, segundo pessoas familiarizadas com o caso. O passivo trabalhista é de cerca de R$ 1 milhão.
A companhia teve lucro até 2017, mas entrou em crise em 2018, principalmente pela queda do preço internacional do café, segundo Freire.
"A companhia tinha alto volume de dívida indexada em dólar, a moeda subiu e o preço do café caiu, o que afetou fortemente a capacidade da empresa de honrar empréstimos", afirma.
"Não é um caso em que a recuperação judicial é pedida por uma empresa que está em situação crítica. O que a Terra Forte fará é uma reestruturação. A empresa tem condições de reorganizar seu caixa e de pagar suas dívidas", diz Alexandre Faro, advogado da marca.
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