Cidade chinesa abriga 40 mil fam�lias de funcion�rios de gigante do carro el�trico
Bobby Yip/Reuters | ||
Linha de produ��o de ve�culos el�tricos da BYD em Shenzhen, no sudeste da China |
BYD, diz a corpora��o chinesa que carrega esse nome, � um acr�nimo para Build Your Dreams (construa seus sonhos). Entre investidores, a piada � que a sigla, na verdade, significa Build Your Dollars (construa seus d�lares).
Contratado em 2016 como "embaixador global" dessa l�der do setor de ve�culos el�tricos, Leonardo DiCaprio estrela comercial feito na medida das ambi��es ocidentais dessa gigante —� a fabricante n� 1 de seu ramo, com fatia de 13% do mercado, mais de 100 mil autom�veis produzidos no ano passado e proje��o de faturar US$ 22 bilh�es em 2017.
O ator americano dirige por uma metr�pole com arranha-c�us a perder de vista, paisagem que faz Nova York parecer uma cidade do interior. Convida o espectador "para o futuro". E esse futuro encenado vem em mandarim, como o ideograma na placa do carro el�trico que DiCaprio guia.
O amanh�, para a BYD, n�o est� apenas nas ruas de uma China que se moderniza com p� no acelerador. Est� tamb�m no Brasil, visto como consumidor em potencial para produtos da companhia -sobretudo �nibus movidos a bateria el�trica, vendidos como energia "limpa e silenciosa".
N�o � toa o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, ganhou no fim de julho um tour pela sede da BYD, onde assistiu � pe�a publicit�ria com DiCaprio.
Doria, que passou uma semana no pa�s a convite do governo chin�s, saiu de l� paparicado. Ganhou, como doa��o � capital paulista, quatro carros el�tricos (R$ 230 mil cada um), que pretende usar para a vigil�ncia do centro e do parque do Ibirapuera. O que a BYD ganha com isso? A vers�o oficial, dada por Marcello Schneider, diretor institucional do bra�o brasileiro da BYD: apoiar "a sustentabilidade nas comunidades locais dos pa�ses onde estamos presentes".
Nos bastidores, a estrat�gia ganha um adendo: um afago no prefeito da maior cidade brasileira n�o machuca ningu�m. S�o Paulo abrir� em breve licita��o para renovar o contrato com empresas dos �nibus das linhas municipais. A BYD, com 410 funcion�rios nas duas f�bricas que mant�m em Campinas, n�o esconde seu af� em entrar na disputa.
O QG da empresa � uma cidade � parte dentro de Shenzhen, metr�pole de 12 milh�es de habitantes no sul chin�s. Os funcion�rios vivem onde trabalham: abastecida com energia solar, a chamada BYD Village abriga 40 mil fam�lias de seus empregados -que ganham a posse do apartamento cedido a eles ap�s dez anos de servi�os prestados.
A corpora��o incentiva relacionamentos entre seus contratados e at� d� "uma ajuda de custo para que os noivos [desde que os dois sejam funcion�rios] celebrem o matrim�nio", segundo Schneider.
A minicidade corporativa tem escola, hospital, clube, monotrilho com 4,5 km de extens�o e um morador ilustre: o presidente da BYD, que mora num dos condom�nios.
Com fortuna estimada em US$ 4,4 bilh�es, Wang Chuan-fu, 51, � o 414� entre os 500 maiores bilion�rios do mundo no ranking da "Forbes".
Filho de fazendeiros pobres e �rf�o ainda na adolesc�ncia, ele criou a BYD 22 anos atr�s. Naquele in�cio, baterias para celular eram o fil� da casa. Em 2003 veio o interesse por autom�veis. Um modelo de Sedan da BYD, o F3, virou best-seller na China, � frente de concorrentes como Volkswagen e Toyota.
O executivo comanda um imp�rio de 230 mil funcion�rios. A fama global veio em 2008, ap�s o megainvestidor Warren Buffett adquirir 10% das a��es da BYD por US$ 230 milh�es. O valor multiplicou para US$ 1 bilh�o em dez meses.
Competidores argumentam que a BYD s� voou t�o longe por depender de subs�dios do governo chin�s a ve�culos el�tricos. E agora a fonte secou, j� que o pa�s vem diminuindo o apoio ao setor. A empresa tamb�m n�o conseguiu entrar no mercado americano ainda.
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