Cr�tica: Autores questionam com ironia rela��o entre pol�tica e finan�as
Jonathan Ernst/Reuters | ||
![]() |
||
O ent�o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, durante confer�ncia em 2008, ano do estouro da crise financeira |
Em tempos de perturba��o e desordem na economia brasileira, � salutar conhecer e refletir sobre o novo trabalho dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Gal�polo, que perpassam os principais eventos da hist�ria econ�mica para recontar, e principalmente questionar, a rela��o entre a pol�tica e as finan�as no mundo atual.
O sugestivo t�tulo "Manda Quem Pode, Obedece Quem Tem Preju�zo" prenuncia o escrito afiado de Belluzzo, um dos economistas que sa�ram em defesa de Luiz In�cio Lula da Silva ap�s os desdobramentos da Lava Jato, com o argumento de que as dela��es revelam "um processo agudo, amplo e inadequado: as empresas invadiram o Estado".
O ponto de partida dessa obra que ganha profundidade na pesquisa de Gal�polo � a disputa de 1932 pela Casa Branca, em que o ent�o presidente republicano, Herbert Hoover, duelava com o democrata Franklin D. Roosevelt em meio � Grande Depress�o.
Sem dizer que foram tempos de "coer�ncia e firmeza" nem negar que foram tempos de "coragem e grandeza", os autores seguem enumerando os meios como Roosevelt perseguiu a retomada econ�mica, via recupera��o da rentabilidade das empresas e dos rendimentos do assalariado.
Em oposi��o � ascens�o do nazifascismo na Europa, o New Deal, programa antirrecess�o de Roosevelt, mostrou que era poss�vel governar o ciclo econ�mico preservando a liberdade e as conquistas sociais, sublinham Belluzzo e Gal�polo. "Seria dif�cil imaginar o destino das economias capitalistas sem que a m�o vis�vel do Estado as tivesse protegido do autoflagelo da m�o invis�vel do mercado."
O leitor, ent�o, � conduzido at� 1979, quando o ent�o presidente do Fed (o banco central dos EUA), Paul Volcker, deflagra o choque de juros provocando quebradeira geral, inclusive do Brasil.
E, a partir dos anos 1980, o autores descrevem o crescimento da import�ncia dos fundos de pens�o, investimento e hedge e a desarticula��o dos processos de forma��o da renda e do emprego t�picas do fordismo.
Assim come�a a globaliza��o financeira, e a centraliza��o do controle da riqueza nas m�os dos grandes bancos acaba desenvolvendo o poder de afetar a forma��o das taxas de juros e de c�mbio.
Antes de entrar na avalia��o mais profunda do impacto dos mercados nas ci�ncias econ�micas, Belluzzo e Gal�polo ainda repassam os momentos mais recentes.
T�TULOS PODRES
"Ap�s a crise financeira de 2007/2008, a pol�tica de socorro �s institui��es financeiras distribuiu pr�mios aos seus arquitetos, flagrantes na autoriza��o do 'independente' Fed para utilizar US$ 700 bilh�es dos contribuintes na compra de t�tulos podres."
No mesmo tom provocador, relembram como as reformas financeiras do governo Bill Clinton foram estimuladas pelo lobby do setor e pela cumplicidade das ag�ncias de classifica��o de risco.
Em um cap�tulo dedicado ao Brasil, os autores recordam com compara��es bem-humoradas como o choque positivo da demanda global "puxou nossas exporta��es pelos cabelos". E, a partir de 2012, comparam a economia a uma "locomotiva a vapor com caldeira furada", que continuava a ser empurrada pelos "vapores do consumo" at� parar de reagir aos combust�veis fiscais e monet�rios.
Passando de uma analogia a outra, eles apontam o choque de juros e cortes dos investimentos como um golpe desferido pelo pr�prio treinador em seu pugilista abatido.
Para chegar � conjuntura brasileira, os autores assumem uma linguagem mais did�tica, sem perder a ironia, explicando que juros mais altos restringem o acesso a bens de consumo e produ��o, encarecendo o cr�dito e resultando em queda de demanda.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 01/08/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,20% | 127.395 | (17h31) |
Dolar Com. | +1,43% | R$ 5,7349 | (17h00) |
Euro | -0,21% | R$ 6,1153 | (17h31) |