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24/09/2010 - 07h32

Cineastas criticam escolha de "Lula, o Filho do Brasil" para concorrer a vaga no Oscar

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L�CIA VALENTIM RODRIGUES
DE S�O PAULO

A escolha do filme "Lula, o Filho do Brasil", de F�bio Barreto, como representante do Brasil para concorrer a uma vaga no Oscar, foi criticada por outros cineastas.

"Lula" vai representar o Brasil em disputa por vaga ao Oscar
Escolha de "Lula" em ano de elei��es � coincid�ncia, diz presidente do j�ri
"Lula" foi feito nos moldes de Hollywood, diz produtora

Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel"), que tamb�m participa da campanha de Marina Silva � Presid�ncia pelo Partido Verde, avaliou que "o personagem retratado pode ter pesado na decis�o, principalmente para os votantes americanos que n�o est�o acompanhando este pat�tico final de carreira do presidente".

"Ver seu incr�vel in�cio de trajet�ria tem interesse, sem d�vida. N�o sei se foi um pensamento que passou pela cabe�a dos jurados que escolheram o filme, mas me parece fazer sentido para um grupo que buscava um filme que pudesse ter um apelo a mais."

Sandra Werneck, que inscreveu seu "Sonhos Roubados" com outros 22 candidatos � vaga, diz que a conota��o pol�tica esteve colocada desde o lan�amento do filme. "Lula � bem visto fora do Brasil como um l�der, � um presidente bem aceito internacionalmente."

Ela acha que Lula � uma das coisas do Brasil que os norte-americanos conhecem. Mas critica a escolha baseada em vencedores anteriores da disputa. "Apesar de ser um filme de narrativa cl�ssica, foi preparado para ser um filme-evento. No hist�rico do Oscar, s�o os filmes autorais quem mais ganham. A gente nunca consegue chegar l�."

Nesse sentido, Leon Cakoff, que integrou a comiss�o e dirige a Mostra Internacional de Cinema de S�o Paulo, tem uma opini�o parecida. "Certamente, 'Lula' n�o � o melhor filme do ano. O crit�rio � chegar mais perto de uma boa repercuss�o. Mas a premia��o tem um retrospecto de filmes densos. N�o acho que esse seja o caso. � uma falha da produ��o brasileira que temos de sanar."

Divulga��o
A atriz Gl�ria Pires interpreta dona Lindu, m�e de Luiz In�cio Lula da Silva em cena do filme "Lula, o Filho do Brasil"
A atriz Gl�ria Pires interpreta dona Lindu, m�e de Luiz In�cio Lula da Silva em cena de "Lula, o Filho do Brasil"

S�rgio Bianchi e seu "Os Inquilinos" tamb�m foram preteridos na elei��o. Mas ele minimiza a import�ncia do pr�mio: "N�o estava pensando em ser selecionado. Acho um del�rio muito estranho. � a maior prova do nosso complexo de escravo". Ele afirma que acha que o crit�rio para escolher "Lula" n�o foi pol�tico. "Acho que � a tentativa de indicar o mais normativo para ser aceito. � o projeto da ind�stria brasileira: fazer um bom filme B americano."

Arnaldo Jabor, que abriu ontem (23/9) o Festival do Rio com "A Suprema Felicidade", n�o quis criticar o j�ri por n�o estar l�. "Coloquei meu filme na lista como todo mundo que j� finalizou. Mas n�o fa�o muita quest�o, fiz este filme para o Brasil ver."

Roberto Farias, presidente da Academia Brasileira de Cinema, defendeu a escolha, un�nime, do conselho. "Um corpo de jurados t�o diverso chegou � mesma conclus�o por unanimidade. Isso mostra que a comiss�o buscou o interesse do cinema brasileiro, independente de cr�ticas pol�ticas ou cinematogr�ficas. A comiss�o � muito mais especializada para indicar um filme do que o povo em geral, que se deixa levar pelo filme que acabou de ver, por gostos espec�ficos, pela repercuss�o na m�dia. Lula � uma figura internacional. Talvez seja o nosso maior astro. N�o tem nenhum ator t�o conhecido quanto ele."

Para a produtora Paula Barreto, que cuida das estreias estrangeiras do filme enquanto seu irm�o F�bio segue em coma ap�s um acidente de carro em dezembro do ano passado, "rotularam o filme de pol�tico, mas ele n�o �". "� um filme sobre a fam�lia Silva. N�o � candidato a ser eleito para nada."

"Por isso ficamos felizes quando o Minist�rio da Cultura anunciou que a comiss�o de escolha ia ser formada por representantes do setor audiovisual ficou mais real. Percebemos que o filme ia ser encarado apenas como um filme."

Ela diz acreditar que os norte-americanos v�o se identificar com uma narrativa sobre um "self-made man", um homem que supera adversidades. "� um filme �pico, grandioso, feito aos moldes de Hollywood."

No dia 25 de janeiro, saem os indicados ao Oscar 2011. Nessa data, ser�o revelados os cinco finalistas na categoria de filme estrangeiro. J� no dia 27 de fevereiro ser� a entrega do pr�mio, em Los Angeles.

 

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