A consolidação dos streamings e das redes sociais mudou a forma como se consome entretenimento, cultura e informação. Essas transformações desestabilizaram o monopólio da TV Globo sobre a produção de conteúdo no Brasil e ajudam a entender a série de demissões de funcionários da empresa nos últimos anos.
Susana Vieira faz parte do grupo seleto de artistas que não perderam espaço na emissora. Em entrevista recente à Folha, a atriz comentou sobre sua rotina na emissora.
"Estou desde cedo fazendo aulas sobre indígenas, garimpeiros, para minha próxima novela, porque a Globo agora resolveu ajudar minorias", disse. "Tenho é que agradecer. A Globo tem mandado tanta gente embora que, se pedissem para eu fazer uma faxina no escritório do Roberto Marinho, eu faria."
Susana está gravando seu próximo folhetim, "Terra Vermelha", de Walcyr Carrasco. Também está em cartaz em São Paulo, de sexta a domingo, com "Shirley Valentine", um monólogo protagonizado por uma mulher que, ao enfrentar uma crise conjugal, tem um vislumbre do que poderia estar vivendo, não fosse seu casamento.
A atriz diz estar trabalhando de segunda a segunda. Acorda cedo, assiste às aulas virtuais da Globo, vai para o estúdio depois do almoço e, às sextas-feiras, pega um voo para se apresentar em São Paulo. Mas nada disso importa, ela afirma.
"Estava terminando o ano, com a Globo se desfazendo de parte do elenco, aí pensei ‘o que vou fazer agora?’. Não vou vender nada, porque não sei vender nada. Nem meu corpo. Não teria mais nada o que fazer da vida. Peguei todos os papéis —os que queria e os que não queria. Namorei quem quis e quem não quis. Mas eu tiro leite de pedra. Não fico sentada esperando."
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