Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Servidores da Ancine questionam por que órgão não paga pareceristas

Ofício cobra que instituição explique o que foi feito com R$ 12 milhões previstos no orçamento para despesa

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Brasília

A Associação dos Servidores Públicos da Ancine, a Aspac, questionou a Agência Nacional do Cinema a respeito do que chamam de falta de transparência por parte da gestão do órgão nos últimos dois anos. Em ofício, também pediu que a instituição explicasse por que pediu indicações de voluntários para atuarem gratuitamente como pareceristas, trabalho que sempre foi remunerado.

Facha da sede da Ancine, no Rio de Janeiro
Facha da sede da Ancine, no Rio de Janeiro - Lucas Tavares/Folhapress

Num documento encaminhado nesta quarta-feira (15) ao diretor da instituição, Alex Braga, a associação afirma que a Ancine tem feito contato telefônico com entidades do audiovisual pedindo indicação de voluntários para trabalhar gratuitamente como pareceristas externos nos editais do Fundo Setorial Audiovisual, o FSA. O próprio fundo, no entanto, prevê recursos para despesas e contratação de agentes externos.

"A Ancine tem se recusado a prestar qualquer esclarecimento sobre as condições de trabalho para as quais busca voluntários (como prazos, quantidade de análises por parecerista, impedimentos para participar de outros editais etc) e não tem respondido os emails das entidades com questionamentos sobre os termos deste 'voluntariado'", dizem os servidores no documento.

O grupo afirma ainda que a seção de transparência do site da Ancine, ou seja, o repositório em que a instituição publica dados sobre suas atividades, está desatualizada há mais de dois anos.

Num clima, aponta a associação, em que a agência não responde aos questionamentos internos encaminhados, eles demandam esclarecimentos sobre por que optaram pela atuação gratuita de pareceristas "quando se trata de um trabalho que exige dedicação profissional e para o qual há recursos legalmente reservados".

Eles também perguntam o que foi feito com os R$ 12 milhões já previstos no orçamento da instituição para gastos com o FSA.

Esta não é a primeira vez que a Aspac se posiciona e pede esclarecimentos a respeito de como a política no audiovisual é conduzida sob o governo de Jair Bolsonaro. Em 2019, por exemplo, eles cobraram esclarecimentos da instituição sobre aremoção de cartazes de filmes nacionais e o cancelamento de sessão de "A Vida Invisível".

Os servidores também elaboraram uma carta recentemente em que afirmam que a extinção da Condecine, prevista no plano orçamentário de Bolsonaro para o próximo ano, pode ameaçar a existência da agência e de parte do setor.

Como mostrou a Folha, o governo do presidente propôs extinguir essa contribuição, que financia a atividade cinematográfica do país.

É da Condecine que vem quase todo o dinheiro do Fundo Setorial do Audiovisual, e a sua não arrecadação põe em xeque o cinema brasileiro. A proposta enviada pelo Executivo ainda pode ser derrubada pelo Legislativo.

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