O cachê de R$ 200 mil que Ludmilla recebeu por sua apresentação na Virada Cultural de São Paulo está sendo questionado pelo vereador paulistano Fernando Holiday, do Novo. Ele diz que pediu à Justiça a suspensão do pagamento porque, ao fim da apresentação, a cantora pediu que a plateia fizesse o "L" com as mãos.
A manifestação também foi reproduzida por outros cantores, como o rapper Don L, que, ao apresentar a canção "Éldwood", pediu que o público fizesse o símbolo com a mão, o que, assim como no caso de Ludmilla, pode ser compreendido como uma menção ao seu nome.
O pedido de Holiday à Justiça levanta questionamentos sobre o que de fato caracteriza showmícios, propaganda eleitoral antecipada e o que artistas podem ou não fazer para apoiar seus candidatos à presidência às vésperas e durante as eleições.
Holiday afirmou que Ludmilla fez um showmício, mas, segundo especialistas ouvidos pela Folha, a manifestação não infringe a legislação eleitoral. Ela tampouco se trata de um showmício. Isso porque os showmícios, organizados e financiados por candidatos e seus partidos, fazem parte de campanhas políticas e visam a arrecadação de votos, ao invés do entretenimento.
Propaganda eleitoral, por sua vez, se dá quando há um pedido explícito de voto para algum candidato ou partido, o que, este ano, só poderá começar a ser feito em 16 de agosto. O artista, no entanto, pode elogiar e criticar um candidato e seu plano de governo em shows e entrevistas.
O Lollapalooza é outro exemplo disto. Pabllo Vittar, além de ter feito o "L" com as mãos, segurou uma toalha com o rosto de Lula durante sua apresentação, o que levou advogados do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL, a entrarem com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, contra os organizadores do festival. Ela, porém, não pediu que a plateia votasse em Lula, assim como Ludmilla.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.