Quando o gaúcho Getúlio Dornelles Vargas passou a comandar o país, logo após a Revolução de 1930, houve um acúmulo de poderes do Executivo. Mas o governo ganhou um perfil ostensivamente ditatorial em 1937, com a instalação do Estado Novo.
Uma das principais medidas dessa nova fase foi a criação, em 1939, do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, uma máquina de promoção oficial do governo.
A produção de cartilhas e livros infantojuvenis que louvavam a ditadura varguista estava entre as iniciativas do DIP. O culto à personalidade de um governante alcançava um ponto nunca visto no período republicano.
Presidente que esteve por mais tempo à frente do poder (foram 18 anos e meio, considerando todos os períodos), Vargas é tema do 12º volume da Coleção Folha - A República Brasileira. O livro chega às bancas no próximo domingo, dia 1º de dezembro.
O autor é o jornalista Lira Neto, o principal biógrafo do político de São Borja (RS).
A sanha autoritária do Estado Novo não se restringiu ao DIP. Antes de criar esse órgão, Vargas havia determinado a dissolução do Congresso Nacional e a extinção dos partidos. A Constituição de 1937 tinha autorizado o presidente a governar por decreto.
Por outro lado, o Estado Novo consolidou uma série de leis trabalhistas, como a jornada diária de oito horas, o descanso semanal remunerado e as férias anuais.
No Palácio do Catete, eram dois presidentes em um, o ditador e o “pai dos pobres”.
Em outubro de 1945, Vargas foi deposto pelo general Góis Monteiro. Voltou ao Palácio do Catete cinco ano depois, desta vez eleito pelo povo.
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