A Flip, evento que termina neste domingo (29), gerou em riquezas um valor 13 vezes superior aos seus custos, segundo relatório encomendado pelo Ministério da Cultura. É como se para cada R$ 1 investido no festival, outros R$ 13 retornassem à economia.
Isso porque a organização gastou R$ 3,5 milhões para os cinco dias do evento. Em contrapartida, o impacto econômico total ficou na casa dos R$ 46,9 milhões — número que inclui gastos dos turistas com hotéis, transportes, restaurantes e também os gastos necessários para atender essa demanda (fornecimento de comida, serviços bancários, geração de emprego etc.).
O estudo foi realizado por pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que circularam durante três dias com um aplicativo e um questionário, indagando os visitantes sobre seus gastos.
Mesmo ao se considerar só o aspecto público, isto é, o quanto o governo contribuiu para a realização do evento e o quanto arrecadou em impostos, as contas também fecham no verde. O Estado recebeu 50% a mais do que investiu.
Do total do orçamento do festival, R$ 3 milhões vieram de recursos públicos, e o retorno aos cofres ficou na casa dos R$ 4,7 milhões vindos de tributos federais, estaduais e municipais decorrentes das atividades da festa.
“Demonstra claramente que, além do impacto positivo que a Flip tem na promoção da leitura e do pensamento, ela tem um impacto econômico”, diz à Folha o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.
Segundo ele, o ministério irá estimular outros estudos semelhantes para medir o retorno econômico da área criativa. Estão previstos, por exemplo, levantamentos similares sobre a Lei Rouanet e o Fundo Setorial do Audiovisual.
“Queremos mostrar para os governos e a sociedade o quanto as atividades culturais contribuem para o país, e que ele se beneficia do investimento em cultura.”
O estudo ainda calculou que o total de participantes da festa foi de 26.400 pessoas, das quais 2% são estrangeiras, e 45% são brasileiras que não moram em Paraty.
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