Três anos depois de sua primeira participação no Lollapalooza Brasil, o trio paulistano O Terno voltou ao autódromo de Interlagos arrastando seu público próprio, cada vez maior. Gente jovem atraída pela boa mistura de rock com música brasileira, de ié-Iê-iê até um quase samba. E, claro, as letras.
O Terno seria um excelente trio de instrumentistas virtuosos com bom faro para reverências pop, mas as letras de Tim Bernardes levam o grupo muito além disso. Na segunda tarde do Lollapalozza, talvez o público tenha tido chance de cantar os versos mais bacanas dessa edição do evento.
A guitarra de Bernardes, o baixo de Guilherme D'Almeida e a bateria de Gabriel Basile dão a moldura para um mostruário de relações amorosas em pedaços. As letras que O Terno coloca na boca dos fãs parecem uma investida de Woody Allen na poesia pop.
O show começa com "Não Espero Mais", do terceiro e mais recente álbum do trio, "Melhor do que Parece", e já elenca versos inusitados como "Eu tenho um tipo de certeza com você que me faz bem".
Montando o repertório com os três discos que lançou, O Terno criou, intencionalmente ou não, um show dividido em capítulos. No início, canções mais próximas de uma MPB mais tradicional, Depois, coisas um pouco mais sacudidas, como a ótima "O Orgulho é o Perdão", que por pouco não é um sambinha. No final, a apresentação fica mais rock e reúne as canções populares da banda.
De ponta a ponta do show, os versos que misturam sofrer de amor com ter esperança nesse sentimento, como em "A Volta": "Estou te esperando desde o dia em que eu nasci".
No encerramento, com o primeiro hit da banda, "66", de 2012, o falso tímido Bernardes desce à plateia. Acolhido pelos fãs como popstar, canta com eles: "Hoje o que toca na novela não tem graça". Para a plateia indie do Lolla, O Terno teve muita graça.
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