Caetano Veloso faz show em ato de movimento dos sem-teto em S�o Paulo
"Vou cantar muitas can��es conhecidas e amadas", disse Caetano Veloso � Folha, por e-mail, sobre o show que faria neste domingo (10) no largo da Batata, em ocasi�o dos 20 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Ap�s uma breve por�m potente chuva de ver�o, o cantor subiu ao palco ao lado de Maria Gad�, P�ricles e Criolo –eles dividiam espa�o com outros artistas, como as atrizes S�nia Braga e Alinne Moraes e a apresentadora Marina Person.
Caetano fazia as vezes de um anfitri�o, enquanto os convidados se revezavam no palco, cantando juntos ou sozinhos. O cantor destrinchou seu repert�rio de sucessos e mesmo can��es apraz�veis tomaram conota��es pol�ticas.
No refr�o de "Odeio", o p�blico completava os versos com o nome do presidente Michel Temer.
Foram aplaudidos versos como o "grande poder transformador", de "Desde que o Samba � Samba", e "gente � para brilhar, n�o para morrer de fome", de "Gente", faixa que ele planejava cantar no show impedido de ser realizado em uma ocupa��o do MTST em S�o Bernardo do Campo em outubro.
Na ocasi�o, a a��o civil p�blica que ensejou a proibi��o alegava quest�es de seguran�a, mas argumentava tamb�m que a ocupa��o j� tinha liminar de reintegra��o de posse confirmada em segunda inst�ncia.
O show deste domingo, disse o cantor dias antes, seria portanto uma maneira de "compensar a frustra��o pela interdi��o".
Foram quase duas horas de show nas quais Caetano cantou ao menos 20 can��es, entre elas "Sampa", que abriu a apresenta��o, "O Le�ozinho", "Alegria, Alegria", "Reconvexo" e "A Luz de Tieta", que encerrou a noite.
Por vezes o coro do p�blico foi t�o t�mido quanto o som que sa�a das caixas e se dispersava pelo largo da Batata lotado. Criolo pedia barulho da "maloqueiragem" e alguns respondiam pedindo para aumentar o som.
DISCURSOS
Ao cantar "Um �ndio", Caetano foi acompanhado da l�der ind�gena S�nia Guajajara, que discursou pedindo apoio m�tuo entre povos ind�genas, sem-tetos, quilombolas, ribeirinhos e feministas. "N�s podemos lutar pelo direito de existir, pelos direitos sociais e de moradia, essa � a nossa miss�o", disse Guajajara.
Maria Gad� cantou "Ax� Acapella", composi��o de Dani Black e Lu�sa Malta, pedindo "direitos civis e sociais".
"Em nome do nosso direito de pensar, do nosso direito de ir e vir, de estudar, de aprender e de esquecer, em nome do nosso direito de discutir e divergir, de comer, plantar e trabalhar. Em nome do nosso direito de viver e de morrer, de casar e de amar. Fora, Temer", disse a cantora, enquanto S�nia Braga, ao lado, estendia uma bandeira arco-�ris s�mbolo do movimento LGBT.
J� Criolo, ao cantar "N�o Existe Amor em SP", chamou ao palco o produtor musical Daniel Ganjaman, quem, diz o rapper, teria transformado sua vida.
"� muito louco uma pessoa olhar pra voc� com preconceito porque seu rosto � de fome, chegar aos 30 anos e t� desacreditado porque nada aconteceu", disse.
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