MoMA abre arquivo de Frank Lloyd Wright e mostra seu lado exc�ntrico
Entre 1890 e o final da d�cada de 1950, o arquiteto americano Frank Lloyd Wright acumulou nada menos do que 55 mil desenhos, 300 mil p�ginas de correspond�ncia, 125 mil fotografias e 2.700 manuscritos –al�m de maquetes, filmes e outros materiais.
H� cinco anos, o MoMA e a Universidade Columbia adquiriram esse arquivo monumental da funda��o que zela pelo legado do prol�fico arquiteto, que desenhou mais de mil edifica��es e construiu pouco mais de 500 –entre elas o museu Guggenheim, em Nova York.
Espelho da obsess�o de Wright pela posteridade, essa floresta documental come�ou a ser desbravada pelo museu e por especialistas acad�micos. O primeiro resultado p�blico desse esfor�o � a exposi��o "Unpacking the Archive" (desempacotando o arquivo) exibida pelo MoMA, em Nova York, at� o dia 1� de outubro, por ocasi�o dos 150 anos do nascimento do arquiteto (que viveu de 8 de junho de 1867 a 9 de abril de 1959).
A partir de uma espinha dorsal cronol�gica, com alguns dos principais projetos, a mostra se desdobra em 12 se��es. Os recortes foram propostos por estudiosos convidados a explorar o arquivo. A iconografia vai de desenhos imponentes, de larga escala, a fotografias e maquetes, passando por pinturas, t�xteis e objetos.
Tamb�m s�o exibidas participa��es de Wright em programas de TV, ve�culo que o fascinava e que usou em suas estrat�gias de autopromo��o.
O curador Barry Bergdoll diz que a mostra � uma esp�cie de "antirretrospectiva", por escapar do passeio convencional pela carreira de Wright. As se��es, com tem�ticas que o curador chama de "exc�ntricas", exploram aspectos nem sempre conhecidos ou valorizados.
� o caso de um projeto de uma escola-modelo para crian�as afro-americanas, de 1928. Foi feito sob encomenda de Julius Rosenwald, s�cio da Sears, de Chicago, que pretendia replic�-lo em substitui��o aos pr�dios nada imaginosos daqueles tempos de segrega��o –o que acabou n�o acontecendo.
S�o tamb�m curiosas as propostas urban�sticas, com estruturas gigantes e fechadas, que prop�em alternativas (um tanto duvidosas) ao desenvolvimento das grandes cidades americanas, tomadas por autom�veis e arranha-c�us.
Mais conhecido, mas n�o menos interessante (na realidade, bizarro), � o projeto de um edif�cio de uma milha de altura (cerca de 1,6 km), que jamais teve encomenda e nunca foi erguido. A proposta, apresentada numa coletiva para a imprensa em outubro de 1956, causou sensa��o e virou tema de programas de TV.
ESTRELA
Considerado o primeiro "starchitect" ou arquiteto-celebridade, Wright � figura midi�tica desde sempre. J� em janeiro de 1938, ele aparecia na capa da revista "Time" ao lado de um desenho de sua lend�ria Casa da Cascata ("Fallingwater House"), projetada em 1934 e constru�da em 1937, sobre uma cachoeira, no Estado da Pensilv�nia, para a fam�lia Kaufmann. Dois anos depois, ele ganhou sua primeira mostra no MoMA.
Outra obra ic�nica, o Guggenheim, tamb�m est� l�, numa se��o dedicada a uma fase de uso de estruturas circulares pelo arquiteto. Pode-se ver uma preciosa maquete do primeiro projeto, de 1934, plantas e estudos para usos de cor. Um deles, felizmente descartado, sugere o caracol pintado de cor-de-rosa.
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Arranha-c�u 'Mile-High', de Frank Lloyd Wright, projeto para Chicago que nunca saiu do papel |
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