Cr�tica
Cr�tica: Tributo � tropic�lia, 'Alegria Alegria' � pot-pourri de Caetano
Fl�vio Florid/FramePhoto/Folhapress | ||
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A cantora Z�lia Duncan durante ensaio do musical 'Alegria Alegria' no Teatro Santander |
ALEGRIA ALEGRIA (regular)
QUANDO qui. e sex., �s 21h; s�b., �s 18h e 21h; dom., �s 19h
ONDE Teatro Santander, av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, tel. (11) 4003-1022
QUANTO de R$ 50 a R$ 240
CLASSIFICA��O livre
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N�o � bem de tropicalismo que se trata, mas de Caetano Veloso. Embora se apresente como retrato do movimento de cultura popular que est� fazendo 50 anos, "Alegria Alegria, o Musical" � uma miscel�nea de can��es do cantor e compositor baiano, com pitadas de algumas outras –a exemplo do recente e tamb�m frustrante "Aquele Abra�o", em torno de Gilberto Gil.
Melhor seria encenar logo a biografia, como em tantos musicais "jukebox", com antigos sucessos de �dolos da can��o, como Tim Maia ou Rita Lee.
O problema maior, neste como naquele espet�culo, � que tem mais teatro nos shows de Caetano, Gil ou de Z�lia Duncan do que no pot-pourri coral que se v� no palco do Santander.
O roteirista e diretor Moacyr G�es entremeou os quadros j� desiguais com coment�rios que trazem, n�o revela��es ou fio narrativo, mas uma defesa extempor�nea e desnecess�ria do cantor e de algumas de suas refer�ncias, como Roberto Carlos ou Vicente Celestino.
� como se as can��es de Caetano Veloso se tornassem plataforma para rancores de m�dia social, pouco a ver com letras ou m�sica.
G�es, de encena��es memor�veis nos anos 1990 sobre arte e alguma pol�tica, como "A Escola de Buf�es" e "Greg�rio", este em torno do l�der comunista Greg�rio Bezerra, retorna ao teatro sem a mesma sensibilidade.
Os textos discursivos de "Alegria Alegria" sobram para a cantora Z�lia Duncan, que � atriz dram�tica qualificada, como mostrou no recente "Totatiando", mas que pouco alcan�a como narradora neste novo espet�culo.
D�-se melhor nos quadros em que canta, interpreta, por vezes sozinha, sem passar ju�zo.
Na mesma dire��o, H�lio Eichbauer, cen�grafo veterano que incorpora a pr�pria Tropic�lia, surpreende –como consegue quase sempre– com uma plataforma circular, que remete ao circo e �s suas inven��es da �poca e que agora se divide e roda nas m�os do coro. Este � por sua vez coreografado com a intensidade e a alegria tamb�m costumeiras de Alonso Barros.
Mas muito da cria��o se perde na falta de integra��o, por exemplo, com os figurinos desta vez deslocados de Fabio Namatame, exce��o feita ao quase parangol� da protagonista.
Outro exemplo � a grande tela ao fundo, de in�cio impactante, com a bandeira nacional em peda�os que se juntam, mas que � dilu�da por v�deos seguidamente inexpressivos.
Para uma produ��o que se apresenta como musical, "Alegria Alegria" se ressente sobretudo da falta de desenvolvimento dram�tico e cad�ncia, que nunca foram o forte do encenador. Seu final � abrupto, poderia acontecer muito depois ou antes.
Apesar da curta dura��o, uma hora e meia, acaba por dispersar tanto a aten��o do p�blico como, ao que parece, a pr�pria linha do coro, longe do entusiasmo e da unidade que seriam de esperar no g�nero.
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