CR�TICA
CR�TICA: Bial gagueja, e C�rmen L�cia rouba a cena na estreia de 'Conversa'
Reprodu��o/TV Globo | ||
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Pedro Bial entrevista a ministra Carmen L�cia no programa 'Conversa' |
Na estreia de ter�a-feira (2), foi menos uma conversa, nome escolhido para o programa, e mais uma apresenta��o solo.
Cada vez mais desenvolta ao longo da entrevista, a presidente do Supremo, C�rmen L�cia, achou por bem se desculpar com Pedro Bial. "N�o estou te deixando falar", disse, em frase que talvez nunca tenha sido ouvida por J� Soares quando comandava sua atra��o nesse mesmo hor�rio.
"Conversa com Bial" �, no cen�rio, na banda e at� nos cabelos brancos do apresentador, uma continua��o do anterior -que chegou perto de completar tr�s d�cadas, entre os canais SBT e Globo.
A maior diferen�a em rela��o ao antecessor, pelo que indica a primeira noite e o se percebia numa produ��o que Bial manteve na TV paga, � que o programa n�o poder� depender dele como "showman".
Ele � simp�tico, deixa o entrevistado � vontade, consegue rir, fazer escada para o outro, mas se confunde nas perguntas, que tenta burilar como se estivesse escrevendo.
Seu mon�logo inicial n�o conseguiu ir al�m de uma introdu��o apressada e carregada de adjetivos sobre a entrevistada de estreia.
Era o primeiro programa, ou seja, Bial deve melhorar, � at� inevit�vel que melhore. Mas jamais ser� como J� ou concorrentes mais jovens, F�bio Porchat e Danilo Gentili. Os tr�s se desenvolveram no palco.
"Conversa com Bial" vai depender do entrevistado. A escolha de C�rmen L�cia para a estreia, entre as muitas conversas gravadas durante semanas, foi um grande acerto -apesar de algum ru�do anacr�nico, como a men��o a Jos� Dirceu (PT), anterior � decis�o de revogar a sua pris�o.
A ministra precisou de algum tempo para se soltar, escapar das perguntas editorializadas que resultavam em conversa fiada, porque obviamente n�o queria adiantar voto.
Naquele in�cio, a sensa��o de di�logo travado se acentuava pela edi��o excessiva, que acelerava e ao mesmo tempo tirava naturalidade. Aconteceu algo semelhante com a entrada em cena da atriz Fernanda Torres e a tentativa malsucedida de estabelecer um debate.
Quando isso tudo ficou para tr�s, C�rmen L�cia roubou a cena com tiradas como a de que sua m�e a teria alertado que, entre mulher f�cil e mulher dif�cil, melhor ser dif�cil. Usou recursos assim para, entre risadas desarmadas, defender direitos das mulheres presas. Para apoiar democracia direta. Para apontar o dedo para o desemprego.
Ser� dif�cil encontrar entrevistados como ela, dia ap�s dia, mas Bial e a Globo t�m cartas na manga, de redatores com mais qualidade a comentaristas regulares e promissores, que nem deram as caras.
A estreia, madrugada adentro, mal foi percebida na Grande S�o Paulo. Foram os mesmos sete pontos das �ltimas quatro semanas, no mesmo dia e hor�rio, de acordo com a Kantar Ibope. Seriam precipitadas compara��es com o "Programa do J�", encerrado em dezembro passado.
A mudan�a que promete mais estava no intervalo, com a voz de Bial convocando o Brasil a ir "pra frente" junto com o Bradesco, patrocinador da "conversa".
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