Para questionar pudor, � La Gar�onne p�e corpos � mostra na passarela
Rodrigo Moraes/Futura Press | ||
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Desfile da La Gar�onne na SPFW |
Marca de Alexandre Herchcovitch e seu marido F�bio Souza, a � La Gar�onne fez de seu desfile um manifesto pr�-liberdade sexual e amor livre. A mensagem podia ser lida nas estampas com os dizeres "I Love You", "Metalovres", "BDSM" e "No Lovers Allowed", mas n�o somente.
Era nos looks de lingeries rom�nticas com acess�rios fetichista, a exemplo dos arreios de cavalo feitos de couro, refer�ncia ao sadomasoquismo, que o tema se fazia mais estridente. Transpar�ncias, tecidos de tela e aberturas estrat�gicas, como recortes circulares logo abaixo da cintura, tamb�m contribuem para a proposta da cole��o.
Em temporadas passadas, a � La Gar�onne ficou conhecida por recuperar e reciclar itens garimpados em brech�s ao redor do mundo. Nesta esta��o, o vintage � coadjuvante e as refer�ncias s�o mais pr�ximas aos elementos marcantes das cole��es antigas de Herchcovitch, quando ainda assinava sua grife hom�nima.
Pe�as j� caracter�sticas da grife, como as parcas militares e os moletons esportivos, s�o usadas para sublinhar a quest�o do corpo em evid�ncia. Su�teres sobre nada al�m de cuecas, jaquetas sobre camisolas falam desse jogo de esconde e revela carregado de significados.
Ao final do desfile, houve uma s�rie de vestidos pretos, usados por um batalh�o de meninas negras. A �ltima modelo estaria completamente nua n�o fosse a fina camada de tecido, que apesar de a cobrir deixou � mostra sua intimidade.
"Existe muito tabu sobre o corpo nu e � algo que j� n�o faz muito sentido", diz a modelo B�rbara Valente (20), que vestiu o look em quest�o. "Poder contribuir para mudar esse pensamento me deixa muito feliz."
Na passarela tamb�m havia v�rios garotos com "jockstraps", as cuecas que deixam as n�degas de fora e s�o comuns no ambiente esportivo como prote��o � prova de impacto nos test�culos. Um dos modelos masculinos, ali�s, usou uma roupa de tela azul que mostrava uma parte de sua genit�lia.
Nos bastidores, Herchcovitch explicou que o fato de mostrar as partes �ntimas das meninas e dos meninos tem a ver com a ideia de aceita��o. "H� muitos pudores em todo o lugar, principalmente sobre o corpo masculino", diz.
Se a moda quer mesmo assumir o discurso pr�-diversidade, perder o pudor sobre o corpo � o primeiro passo. O assunto � urgente, o que explica a imagem forte, agressiva at�, com que Herchcovitch e Souza comunicam que toda as formas de amor e corpos valem a pena.
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