Cr�tica
Cr�tica: Paulo Gustavo revive dona Herm�nia em 'Minha M�e � uma Pe�a 2'
Downtown/Paris | ||
Paulo Gustavo interpretando dona Herm�nia em novo filme |
Paulo Gustavo � um fen�meno c�mico do teatro, da TV e do cinema brasileiros ainda a ser estudado. Desde 2011, o ator e dramaturgo de 38 anos emenda um programa ao outro no canal Multishow, como "220 Volts" e "Vai que Cola", sempre com boa audi�ncia.
O mon�logo "Minha M�e � uma Pe�a", que estreou em 2006, j� levou mais de 3 milh�es de pessoas ao teatro e lhe rendeu uma indica��o ao pr�mio Shell de melhor ator.
Sete anos depois, o espet�culo sobre uma m�e de Niter�i que vive prestes a sofrer um ataque de nervos deu origem ao filme de mesmo nome, visto por mais de 4,6 milh�es, marca que o tornou o brasileiro mais assistido do ano.
O filme de 2013 tinha como m�rito –o �nico, talvez– apresentar a um p�blico mais abrangente um humorista not�vel. Ele exibia um timing raro para as piadas e uma flexibilidade corporal que enriqueciam a caracteriza��o da personagem de dona Herm�nia, inspirada na sua m�e.
Mas o roteiro era prec�rio, o que comprometia especialmente as cenas c�micas dos demais atores. Em diversos momentos, esse primeiro filme nos fazia acreditar estar diante de um punhado de esquetes rasas, das quais s� mesmo Paulo Gustavo se salvava.
Neste "Minha M�e � uma Pe�a 2", a dire��o muda –sai Andre Pellen, assume C�sar Rodrigues, de "Vai que Cola". Mas o roteiro continua sob os cuidados do pr�prio Paulo Gustavo e de Fil Braz.
Se o objetivo do protagonista e da sua equipe neste novo filme fosse apenas apresentar um ca�a-n�quel, bastaria retomar a articula��o esquem�tica do primeiro. No entanto, a com�dia transmite a impress�o de que as estrat�gias foram reavaliadas, e o avan�o � evidente. Como se soubessem que h� chance de �xito comercial longe da mesmice e da vulgaridade.
O filme rec�m-lan�ado retrata a ansiedade da m�e diante da sa�da dos dois filhos de casa. Ela apresenta um programa na TV sobre vida familiar, mas se v� o tempo todo incapaz de lidar com a sua.
Que n�o se espere, portanto, uma trama intrincada. Mas o roteiro exibe um grau razo�vel de coes�o e flu�ncia, e as obviedades nos di�logos aparecem apenas pontualmente. � um filme a que se assiste com prazer, como uma "Sess�o da Tarde" despretensiosa, claramente superior � maioria das com�dias que invadem os cinemas no Brasil.
As qualidades de "Minha M�e � uma Pe�a 2" n�o se restringem, por�m, � hist�ria mais bem amarrada. No papel de Lucia Helena, a irm� de Herm�nia que vive em Nova York, Patrycia Travassos nos faz lembrar da boa comediante que �.
Outra participa��o divertida (e breve) � de Hugo Possolo, dos Parlapat�es, como um taxista que se aflige com a apreens�o de Herm�nia. Ali�s, o cinema brasileiro s� teria a ganhar com outros encontros assim, entre diferentes gera��es do humor.
Mas o trunfo � mesmo Paulo Gustavo. Seu dom�nio da personagem � absoluto, com precis�o em tiradas, gestos, entona��o de voz. Faz proezas como se tudo fosse extremamente natural.
Caso se exponha ao risco, percorrendo outras pistas do humor, ele pode ser lembrado daqui a alguns anos como o melhor ator c�mico brasileiro da sua gera��o.
MINHA M�E � UMA PE�A 2
DIRE��O C�sar Rodrigues
ELENCO Paulo Gustavo, Herson Capri, Patricya Travassos
PRODU��O Brasil, 2016, 12 anos
QUANDO em cartaz
AVALIA��O bom
Livraria da Folha
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