Cr�tica
Cr�tica: 'O Inverno e Depois' oferece alento em tempos de autofic��o
"O Inverno e Depois", do ga�cho Luiz Antonio de Assis Brasil, pode ser entendido como uma ode ao romance.
O autor investe na forma cl�ssica da narrativa em terceira pessoa para contar a jornada do personagem principal, com o rompimento da ordem, atrav�s de idas e vindas entre o passado e presente.
A forma escolhida � um alento em uma fase abundante em lan�amentos de autofic��o, em que jovens autores escrevem, n�o raro, sobre um "eu" que tamb�m � escritor.
"O Inverno e Depois" conta a hist�ria de Julius, um violoncelista de meia-idade que toca na Orquestra Sinf�nica Municipal de S�o Paulo.
Em�lio Pedroso /Ag. RBS/Folhapress | ||
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O escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, autor de 'O Inverno e Depois' |
Julius � atormentado por uma promessa que fez ao seu professor de violoncelo na escola de m�sica de W�rzburg, na Alemanha: tocar o concerto de Anton�n Dvor�k. Seu mestre, por�m, morreu sem ver o compromisso realizado. Julius tenta, mas abandona sua apresenta��o assim que toca os primeiros acordes.
O "fiasco", como ele chama o epis�dio, soma-se ao fim do namoro com a uruguaia Constanza Zabala, seu eterno amor de juventude. Sem motivos para continuar na Alemanha, Julius volta para o Brasil, onde tem uma vida pacata at� decidir, d�cadas depois, apresentar o concerto de Dvor�k no Theatro Municipal de S�o Paulo.
Em busca de isolamento para os ensaios –e de acertar contas com o passado–, Julius retorna � Est�ncia J�piter, no pampa ga�cho, perto do Uruguai, onde cresceu.
O Inverno E Depois |
Luiz Antonio de Assis Brasil |
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O local � marcado pela ancestralidade da fam�lia e por hist�rias que s�o "meio fantasia, meio verdade", lembrando um pouco os Buend�a, de Gabriel Garcia M�rquez em "Cem Anos de Solid�o". Entre elas, est� a do fogo aceso por um "antepassado visconde" ao voltar de uma guerra, chama que continua viva na est�ncia.
Na fazenda, ajudado pela meia-irm�, Agripina Ant�nia, Julius lida com seus dilemas.
O fundo tem�tico da m�sica cl�ssica e do pampa tamb�m foi explorado por Assis Brasil em "Concerto Campestre", de 1997. Entre aquele livro e este, seu 19�, uma compet�ncia do autor permanece: a de escrever finais sublimes.
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