Novos Baianos retomam 'Acabou Chorare' em nova turn� por capitais
Com idades entre 64 e 78 anos, os Novos Baianos j� n�o s�o t�o novos assim.
Mas jovialidade n�o falta quando, entre risadas e recorda��es, est�o juntos para falar de mais um retorno do grupo.
Eles come�am por S�o Paulo, nos dias 12 e 13 de agosto, no Citibank Hall, a turn� Acabou Chorare e os Novos Baianos se encontram. Depois ir�o ao Rio de Janeiro (2 e 3 de setembro), a Belo Horizonte (10 de setembro) e, provavelmente, a mais cidades.
"Podemos completar cem anos que continuaremos sendo Novos Baianos", diz a cantora Baby do Brasil, em entrevista num hotel da Zona Sul do Rio. "Somos uma fam�lia. Quando a gente se encontra, tudo pode acontecer."
Em maio passado, ela convenceu Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor a reviver os Novos Baianos na Concha Ac�stica do Teatro Castro Alves, em Salvador.
Os quatro formam com o letrista Luiz Galv�o o n�cleo do conjunto criado em 1968 e dissolvido em 1979 –Moraes sa�ra quatro anos antes.
O show �nico rendeu muitos convites e a chance de novo projeto coletivo –j� houve a turn� "Infinito Circular" em 1997 e apresenta��es epis�dicas como a da Virada Cultural de 2009. Outros da banda tamb�m devem participar: Jorginho Gomes, Didi Gomes (irm�os de Pepeu) e Dadi Carvalho.
O quinteto procura recha�ar a ideia de que o principal objetivo do reencontro � comercial. Mas Moraes n�o reprime a ironia: "Tanto n�o � comercial que �s vezes at� se torna".
Quando fala mais s�rio, � em tom grandioso.
"Sinto que os Novos Baianos t�m uma miss�o no Brasil. Aparecemos num contexto pol�tico dif�cil [a ditadura militar] e viemos para levantar a autoestima do povo brasileiro. Quando cant�vamos 'Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor' [do samba 'Brasil Pandeiro', de Assis Valente], era para acreditar que pod�amos sair daquele momento. E sa�mos: da ditadura para a democracia. Hoje � a mesma miss�o: sair dessa para uma melhor."
"O disco 'Acabou Chorare' foi um amanhecer lindo num pa�s cinzento", acrescenta Paulinho.
No primeiro LP do conjunto, "� Ferro na Boneca" (1970), predominava o rock. E a� eles conheceram Jo�o Gilberto, que lhes apresentou a tradi��o do samba.
Em "Acabou Chorare" (1972), misturaram rock com samba, guitarra com cavaquinho, e mostraram composi��es diferentes de tudo o que se conhecia: "Preta, Pretinha", "A Menina Dan�a", "Mist�rio do Planeta", "Besta � Tu" e outras.
Um j�ri formado em 2007 pela revista "Rolling Stones" apontou "Acabou Chorare" como o melhor disco j� feito no Brasil.
"Deu t�o certo porque n�o foi nada programado", diz Pepeu. "Entramos no est�dio e tocamos. T�nhamos s� quatro canais de grava��o e saiu aquela maravilha. Hoje usam 128 canais e �s vezes n�o sai nada."
Eles foram morar juntos num s�tio em Jacarepagu�, na Zona Oeste do Rio. Na comunidade hippie, receitas e despesas eram coletivas. Havia muito futebol, muito samba, choro e rock'n'roll.
"As pessoas me perguntam: 'Que horas voc�s ensaiavam?'. A vida era um ensaio", conta Moraes, que recentemente ouviu uma adolescente dizer que o sonho dela era ter vivido no s�tio com eles. "Eu falei: 'Tome ju�zo, menina. Voc� n�o sabe o que acontecia l�'."
Os filhos come�aram a nascer no s�tio. Viraram m�sicos, como Davi Moraes, Pedro Baby (um dos seis filhos de Baby e Pepeu), Bet�o Aguiar e Gil Oliveira (filhos de Paulinho).
A gera��o deles e os ainda mais novos continuam cantando as composi��es dos Novos Baianos.
"Os pais e os av�s mostram para a garotada que os Novos Baianos s�o o caminho de casa da m�sica brasileira", acredita Baby.
"Nosso trabalho era para o futuro. N�o estamos relembrando algo que fizemos h� 40 anos. Estamos mostrando um trabalho vivo, que as novas gera��es adoram", afirma Paulinho.
Como toda fam�lia, j� houve brigas. Baby, por exemplo, recusa-se a falar sobre o document�rio "Filhos de Jo�o - O admir�vel mundo novo baiano" (2009), de Henrique Dantas, do qual todos os outros participaram.
"Mas nunca ficou m�goa nenhuma entre n�s", assegura Moraes.
"A gente dizia que sempre ser�amos Novos Baianos porque acord�vamos todo dia sem m�goas. � um ensinamento", diz Paulinho.
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ACABOU CHORARE E OS NOVOS BAIANOS SE ENCONTRAM
QUANDO 12 e 13/8 (S�o Paulo); 2 e 3/9 (Rio de Janeiro); 10/9 (Belo Horizonte)
ONDE Citibank Hall, avenida das Nac�es Unidas, 17955 (S�o Paulo); Metropolitan, av. Ayrton Senna, 3000 (Rio de Janeiro); BH Hall, av. Nossa Senhora do Carmo, 230 (Belo Horizonte)
QUANTO De R$ 180 a R$ 560
INFORMA��ES ticketsforfun.com.br
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