'Estamos vivendo uma barra pesada', diz o m�sico Jards Macal�
Um show de voz e viol�o em que tudo pode rolar. � o que promete Jards Macal�, 73, nos dois encontros marcados com seus f�s paulistanos no Ita� Cultural nesta quinta (21) e sexta (22), que celebram meio s�culo de carreira do cantor e compositor carioca.
� certo que can��es de assinatura como "Vapor Barato" e "Movimento dos Barcos" n�o ficar�o de fora. Mas Macao tamb�m pretende tocar a m�sica que comp�s para o filme "Big Jato" (em que atuou) e uma parceria ainda in�dita com Caetano Veloso, que por enquanto leva o nome de "A Cidade Continua".
Ze Carlos Barretta/Folhapress | ||
Jards Macal�, cantor e compositor, que est� completando 50 anos de carreira |
Leia, a seguir, entrevista do m�sico � Folha.
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Folha - Voc� toca com m�sicos da Abayomy Afrobeat Orquestra, fez show com Met� Met� e tem liga��es com Ava Rocha. O que pensa dessa gera��o atual?
Jards Macal� - Acho maravilhosa. � uma gera��o do risco. Est� arriscando novas formas de fazer m�sica, tanto nas letras como nos instrumentos, arranjos. E eu fiz isso e continuo fazendo, por isso que estamos pr�ximos.
Voc� � identificado com alguns dos momentos mais ousados de Caetano e Gal Costa. O que acha dos �ltimos discos deles?
O "Transa" (1972), o "Gal" (1969) e o "Legal" (1970) eu volta e meio ou�o para n�o perder o caminho da ro�a. Tinha mesmo ousadia ali. J� com as coisas que eles lan�aram recentemente eu n�o estou conectado, n�o. Mas podem ser boas. Eles s�o bons.
Voc� foi muito homenageado nos �ltimos anos: exposi��o, disco tributo, relan�amentos. Que sentimento isso te traz?
N�o me engessa. Serve para que eu mesmo tome contato com o que j� fiz e me reconhe�a ali. Sinto-me modestamente agradecido.
Viu evolu��o na quest�o dos direitos autorais no Brasil?
N�o. Continua o mesmo mecanismo. Com a internet, os direitos tamb�m se diluem. �s vezes, recebo 22 centavos. A� eu rio. Para n�o chorar, n�?
A crise econ�mica te afetou?
Demais. Eu vivo de shows, n�o de direitos autorais. Tem de diminuir banda, as apresenta��es rareiam. A gente est� vivendo uma barra pesada. Mas, esmorecer, jamais.
� hora de mudar, como voc� defende h� anos, a inscri��o na bandeira nacional para "Amor, Ordem e Progresso"?
Mais do que nunca! H� um �dio no ar, a gente precisa de amor. Amor por princ�pio, ordem por base e progresso por fim, que era o lema positivista do Auguste Comte. O corte no amor facilitou essa coisa rancorosa que vivemos hoje.
JARDS MACAL�
QUANDO qui. (21) e sex. (22), �s 20h
ONDE Ita� Cultural, av. Paulista, 149, tel. (11) 2168-1776
QUANTO gr�tis
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