CR�TICA
CR�TICA: Osesp abre bem sua temporada com uma percuss�o do s�culo 21
Abrir a temporada 2016 da Osesp com a forte e curt�ssima "Machine", de Jennifer Higdon, de 53 anos, deixou o p�blico ligado. � como se a m�sica represada nas f�rias tivesse urg�ncia em aflorar.
Somente ent�o a regente titular Marin Alsop deu as boas-vindas e exemplificou particularidades do "Concerto para percuss�o n.2" de escoc�s James McMillan, de 56 anos, uma coencomenda da Osesp.
McMillan esteve em S�o Paulo como compositor visitante em 2014. Sua m�sica tem acabamento artesanal refinado e n�o teme complexidades atonais. O solista foi o (tamb�m escoc�s) Colin Currie.
Nat�lia Kikuchi/Divulga��o | ||
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Marin Alsop rege a Orquestra Sinf�nica do Estado de S�o Paulo na abertura da temporada 2016 |
Tudo come�a com uma badalada tripla, a figura que servir� de baliza para a escuta em diversos momentos. O primeiro set de percuss�o (marimba, vibrafone, sinos afinados) est� do lado direito do p�blico.
A percuss�o solista � estendida pelos percussionistas da pr�pria orquestra, gerando um efeito t�pico da m�sica experimental das �ltimas d�cadas. Currie, ent�o, se desloca para o segundo set, � esquerda da regente: � uma bateria maximizada, com pedal de bumbo e tudo.
Na se��o lenta a orquestra promove um di�logo estranho entre piano e metais graves, at� que o solista encontra um terceiro set, com sonoridades mais ex�ticas. No fundo, em pian�ssimo, ecos perversos de Charles Mingus (1922-79) e Maria Schneider.
A movimenta��o do solista � intensificada pela dramaticidade das cordas e por sirenes � Var�se (1883-1965), at� chegar ao hino final. Currie � um m�sico extraordin�rio, que j� hav�amos visto em 2013, coincidentemente em um programa que teve igualmente a "Sinfonia n.1" de Mahler (1860-1911) na segunda parte.
Alsop e Osesp t�m boa experi�ncia juntos com a obra, que integrou a turn� europeia 2013. Pareceram mais relaxados, com mais espa�o para sonhar, para aproveitar a beleza fugidia dos fragmentos.
A regente posicionou os contrabaixos no fundo do palco e deslocou a percuss�o para a direita do p�blico, seguida pelos metais (com trompas diametralmente opostas, � esquerda). � cedo para avaliar, mas a primeira impress�o foi boa.
Trata-se de uma cobertura grave, com os contrabaixos protegendo o som de todos. Mas, como toda mudan�a, precisa ser praticada, e talvez tenha sido ela, tamb�m, a causa de pequenos desencontros e desaten��es.
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