F�s acampam por um m�s � espera de show de boy-band sul-coreana em SP
"Ainda se fosse sertanejo!", lamenta um transeunte, espremendo-se entre jovens alucinados na ruela que liga a avenida Francisco Matarazzo � rua Tagipuru, no bairro paulistano da Barra Funda, de onde pretendia seguir para o metr�. O motivo do aperto, por�m, era menos t�pico e mais oriental: a "boy band" sul-coreana Bangtan Boys, �ltima sensa��o do g�nero k-pop, o pop da Coreia do Sul, que levou milhares de jovens ao Espa�o das Am�ricas nesta sexta (31).
Desde o dia 1� de julho alguns deles j� acampavam em frente ao local escolhido para o show —o segundo, ali�s: originalmente a apresenta��o seria no Audio Club, por�m a alta procura por ingressos fez com que a organiza��o transferisse a performance para um espa�o maior.
O Espa�o das Am�ricas tem capacidade para 9.000 pessoas. A reportagem n�o conseguiu ouvir a produ��o do show para saber quantos ingressos foram vendidos.
O esquema era organizado: cerca de 200 f�s se revezaram em grupos de 20 para passar a noite em frente � casa de show, e assim garantir a dianteira do palco. Greice Kelly, 27, dormia na rua noite sim, noite n�o, revezando-se entre o plant�o na fila e o trabalho como t�cnica de inform�tica em um hospital.
Ela come�ou a ouvir k-pop aos 17 anos, ao se deparar com v�deos no Youtube de garotos asi�ticos fazendo movimentos r�pidos e sincronizados, ao som de um mix de hip-hop e m�sica eletr�nica. H� algum tempo ingressou no f� club da banda, o A.R.M.Y., acr�nimo em ingl�s para "ador�vel representante Mc para a juventude", e cujas iniciais juntas formam a palavra "ex�rcito". Kelly tamb�m passou a fazer aulas de coreano, assim como boa parte dos amigos que a acompanhavam no in�cio da fila.
Al�m de noites ao relento, eles n�o pagaram pouco para estar ali: a meia-entrada custava R$ 165. Edson Valdoski ganhou o ingresso de sua chefe: ele � cozinheiro em um restaurante de comida asi�tica na Liberdade, convenientemente batizado de K-Pop.
H� dois dias a prefeitura chegou ao local e desmontou o acampamento, ap�s semanas de resist�ncia. Na �ltima madrugada, meninas se abra�avam para dividir cobertores nas escadas diante a porta de entrada. Nas primeiras horas do dia come�ou a chegar mais gente, e uma fila de fato foi se formando. �s 5h, segundo contam os f�s, a multid�o contornava a quadra, estendendo-se por quase 300 metros na av. Francisco Matarazzo, chegando at� a casa noturna Villa Country.
Segundo presentes, a organiza��o do evento come�ou a distribuir pulseiras de entrada numeradas pouco depois das 10h, dizendo aos f�s que entrariam de acordo com o n�mero marcado. A partir de ent�o a multid�o come�ou a se dispersar, ocupando os estabelecimento em torno do Espa�o das Am�ricas.
No fim da tarde, uma nova fila se formou, de acordo com a ordem de chegada, e a confus�o come�ou. Os port�es foram abertos pouco depois das 17h, quando jovens frustravam-se sentados pelas cal�adas, vendo suas madrugadas perdidas.
Veja um clipe da banda:
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade