Biografia investiga princesa Isabel pelo aspecto feminino
Ap�s quase 50 horas de sofrimento, finalmente os m�dicos conseguiram arrancar do ventre da princesa Isabel um beb� morto, uma menininha, que poderia ter sido herdeira da Coroa brasileira.
Naquela madrugada de 28 de julho de 1874, em meio a familiares desesperados, o pr�prio d. Pedro 2� empunhou um f�rceps e debru�ou-se sobre a filha, em tentativa desastrada de salvar sua sucess�o. O esfor�o foi em v�o.
"A Hist�ria da Princesa Isabel", da jornalista Regina Echeverria, 63, que tem lan�amento nesta segunda (17) em S�o Paulo, ilumina a trajet�ria da respons�vel pela aboli��o da escravatura no pa�s por meio de um olhar feminino.
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A biografada, por volta de 1871, em imagem do livro 'A Hist�ria da Princesa Isabel' |
"Isabel sofreu preconceito por ser mulher, casada com um estrangeiro e muito religiosa, uma carola'", diz a autora, em entrevista. "No fim, n�o creio que esta tenha sido uma caracter�stica negativa. Foi o que fez com que tivesse sensibilidade para entender o sentimento dos negros."
Casada com Gast�o de Orleans, o conde d'Eu, neto de Lu�s Filipe 1�, �ltimo rei da Fran�a, Isabel demorou muito tempo para engravidar e sofreu com a dificuldade de inser��o do marido na sociedade e na pol�tica brasileiras.
"Era mandona, brava, mas generosa. N�o concordo com a ideia de que n�o soube mostrar o que queria. Isabel sofreu imensa resist�ncia de intelectuais, pol�ticos, de gente influente na sociedade."
O livro traz os bastidores da obstinada disputa do conde com o imperador para poder lutar na Guerra do Paraguai (1864-1870), algo que lhe daria prest�gio. De fato, Gast�o foi enviado ao final do conflito, ap�s a sa�da de Duque de Caxias, em 1869. Echeverria relata, por meio de cartas, o sofrimento de Isabel com a dist�ncia do marido.
"H� muito a contar sobre o envolvimento da fam�lia real com a guerra. A possibilidade de que Solano L�pez [presidente paraguaio que incitou o conflito] tivesse a inten��o de casar com a princesa � um dos temas que merecem estudo", diz a jornalista.
Trabalhando com pesquisadores contratados, Echeverria consultou em especial as obras dos historiadores brasileiros Louren�o Luiz Lacombe, Heitor Lyra, Mary del Priore e do americano Roderick Barman. Tamb�m conferiu parte da vasta correspond�ncia de Isabel, hoje no Museu Imperial de Petr�polis.
A Hist�ria da Princesa Isabel |
Regina Echeverria |
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Um de seus projetos � editar as cartas da princesa em livro, para o qual busca patroc�nio. Echeverria j� biografou Elis Regina, S�crates, M�e Menininha e Jos� Sarney.
For�ada ao ex�lio com a fam�lia real, ap�s a proclama��o da Rep�blica, em 1889, Isabel viveria na Fran�a at� sua morte, em 1921. Echeverria v� esse per�odo, no qual morrem dois de seus filhos, como de grande tristeza para a princesa.
Por meio de mem�rias de membros da fam�lia real e de pessoas que conheceram a princesa na velhice, como o empres�rio Assis Chateaubriand, a jornalista reconstr�i seus �ltimos momentos. Isabel morre sem nunca poder ter voltado a ver o Brasil.
A HIST�RIA DA PRINCESA ISABEL
AUTORA Regina Echeverria
EDITORA Versal
PRE�O R$ 49 (359 p�gs.)
LAN�AMENTO nesta seg. (17), �s 19h30, na Livraria da Vila, r. Fradique Coutinho, 915, Pinheiros
Livraria da Folha
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