"Brasil se curvou aos h�bitos ortogr�ficos portugueses", diz Evanildo Bechara
O membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Evanildo Bechara, defendeu a implementa��o plena do Acordo Ortogr�fico da L�ngua Portuguesa, apesar de considerar que o Brasil cedeu demais no acordo. O fil�logo fez palestra que encerrou o ciclo Entre a Gram�tica e a Lingu�stica, na sede da ABL, regi�o central do Rio de Janeiro.
O acordo foi assinado em setembro de 2008 e entrar� em vigor de forma plena em 1� de janeiro de 2013. Dos oito pa�ses membros da Comunidade de Pa�ses de L�ngua Portuguesa (CPLP), apenas Angola n�o aderiu ao documento.
Bechara explicou que os linguistas de Portugal, mesmo quando defendiam a manuten��o do acordo ortogr�fico anterior, de 1945, n�o apresentavam uma quantidade grande de altera��es ortogr�ficas em seu pa�s com o novo acordo, principalmente se comparado com o portugu�s brasileiro.
Segundo o acad�mico, quem mais cedeu no acordo foram os brasileiros, principalmente nas regras de hifeniza��o e acento diferencial. Apesar disso, Bechara considera o acordo ben�fico, pois, para ele, trata-se de uma atualiza��o necess�ria da pr�pria l�ngua portuguesa.
Bruno de Lima/Divulga��o | ||
Evanildo Bechara |
Na confer�ncia Bechara disse que especialistas brasileiros, liderados por Ant�nio Houaiss, ainda nos anos 1990, fizeram a op��o pol�tica de ceder e aproximar nossa gram�tica daquela praticada em Portugal e nos pa�ses africanos. "O Brasil se curvou aos h�bitos ortogr�ficos portugueses, mas se curvou com felicidade, pois nossa ortografia ficou mais de acordo com a hist�ria da l�ngua", disse.
"Uma simplifica��o ortogr�fica que come�ou para resolver a balb�rdia e para ajudar a educa��o agora se imp�e como uma ferramenta de pol�tica para que a l�ngua portuguesa tenha realmente o que n�o teve at� agora, porque o portugu�s � a �nica l�ngua de cultura que tem duas grafias oficiais", explica Bechara.
O acad�mico defendeu tamb�m a ado��o definitiva do texto pelas burocracias estatais e sistemas educacionais, segundo ele, respons�veis pela absor��o das mudan�as no cotidiano da popula��o.
Para o mediador da confer�ncia e primeiro-secret�rio da ABL, Dom�cio Proen�a Filho, "o acordo unificou um consenso, n�o a grafia", opini�o compartilhada por Bechara. Segundo os acad�micos, a normatiza��o formalizou aproxima��es que ocorriam na l�ngua falada.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade