Saltar para o conte�do principal

Publicidade

Publicidade

 
 
30/08/2012 - 05h02

Em pe�a, Shapiro esclarece Stanisl�vski

Publicidade

GABRIELA MELL�O
COLABORA��O PARA A FOLHA

Um acerto de contas com Stanisl�vski em forma de espet�culo. � isso o que Adolf Shapiro, um dos diretores russos mais importantes da contemporaneidade, faz com "Pais e Filhos".

O espet�culo da Mundana Companhia de Teatro, adaptado do livro hom�nimo de Ivan Turgu�niev, � destaque do Mirada --o Festival Ibero-Americano de Artes C�nicas de Santos-- e estreia em S�o Paulo no fim de setembro.

No primeiro dia de ensaio da pe�a no teatro, a atriz L�cia Romano perguntou a Shapiro sobre a movimenta��o da cena marcada. Queria se certificar de que ningu�m da plateia, disposta dos dois lados do palco, perderia um gesto importante.

"N�o se preocupe. Deixe que eu cuido da encena��o", responde ele, disc�pulo de Maria Kn�bel, que trabalhou diretamente com o dramaturgo e encenador Constantin Stanisl�vski (1863-1938).

Lenise Pinheiro/Folhapress
O ator Sergio Siviero (� esq.) e o diretor Adolf Shapiro em ensaio para o espet�culo "Pais e Filhos"
O ator Sergio Siviero (� esq.) e o diretor Adolf Shapiro em ensaio para o espet�culo "Pais e Filhos"

Romano est� acostumada a olhar para a totalidade da cena. Ela integra a Mundana Companhia de Teatro, coletivo de atores que trabalha em processo colaborativo, constitu�do em 2008 para a montagem de "O Idiota".

"A nossa forma��o de teatro de grupo pensa o ator como criador, como fez Stanisl�vski, mas, por nos ocuparmos de todos os elementos da cena, � como se tiv�ssemos perdido a embocadura da investiga��o da atua��o", diz ela � Folha. "Shapiro nos prop�e a retomada do trabalho do ator", conclui.

A parceria com o diretor russo revelou que Stanisl�vski foi mal interpretado no Brasil. "A gente teve problemas de recep��o de seu pensamento", acredita a atriz Luah Guimar�ez.

O m�todo de atua��o que se espalhou pelo mundo e tornou-se o principal pilar do Actors Studio, de Nova York, uma das mais importantes escolas de interpreta��o, se baseia na evoca��o da mem�ria emotiva. Nela, os atores servem-se de suas viv�ncias pessoais para a composi��o dos personagens.

"Com Shapiro, percebi que for�avam a barra nesta quest�o. A mem�ria emotiva acontece de modo muito mais natural do que nos foi passado, atrav�s do conhecimento do personagem e da identifica��o que ele desperta", conta Guimar�ez.

Segundo a professora e pesquisadora russa Elena V�ssina, que � consultora do espet�culo, o Brasil n�o conheceu os �ltimos estudos do diretor e te�rico russo sobre a arte do ator. "Seu teatro dos anos 1930 � completamente novo por aqui. Ele � ditado por a��es f�sicas e improvisa��es, e visa grande liberdade interior", diz.

Para o ator Vanderlei Bernardino, Shapiro desmistificou Stanisl�visky: "Eu comecei a entender que o m�todo dele n�o � um bicho de sete cabe�as".

Shapiro busca um teatro que tenha a a��o como propulsora da palavra, cuja ess�ncia esteja na energia estabelecida em cena entre os atores. "Shapiro nos tira do lugar de um ator diante de um grande papel e nos v� como grandes jogadores", resume Romano.

CONFLITO DE GERA��ES

Livro fundamental da fic��o russa, publicado em 1862, "Pais e Filhos" retrata um conflito de gera��es.

A trama conta a hist�ria de Baz�rov, um jovem m�dico que � incapaz de acreditar em qualquer coisa que n�o seja mensur�vel pelas ci�ncias naturais. Junto a seu amigo

e seguidor Arkadi, ele trava um embate de ideias com as gera��es que os antecederam, contrapondo o radicalismo habitual da juventude com o conservadorismo da maturidade.

"O conflito de gera��es existe, mas, para mim o principal da obra � a discuss�o que ela suscita ao contar a hist�ria de uma pessoa que colocou suas ideias � frente da vida", afirma Shapiro.

PAIS E FILHOS
QUANDO no festival Mirada, dias 11 e 12/9, �s 21h30
ONDE teatro Coliseu (r. Amador Bueno, 237, Santos)
QUANTO de R$ 2,50 a R$ 10
CLASSIFICA��O n�o informada

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da p�gina