Filha de Luiz Carlos Prestes lan�a biografia pol�tica sobre o pai
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"Eu tenho que come�ar de alguma maneira. E a melhor maneira que descobri � tirando alguns quadros da parede. Parece f�cil, mas posso garantir que n�o �. Ou voc� j� tentou arrancar seu cora��o e colocar ele em cima do aparelho de TV?", pergunta M�rio Bortolotto no �ltimo texto deste livro.
O trecho resume bem o clima da colet�nea, que re�ne anota��es pessoais, como aforismos, e cr�nicas marcadas pela mem�ria. O escritor, dramaturgo e ator recolhe um pouco de sua hist�ria, em relatos breves, mas cuja intensidade � sempre surpreendente e direta, numa linguagem b�sica, que � de onde ele tira sua carga de lirismo e n�o lirismo para penetrar o cora��o de suas experi�ncias pessoais. Como nos bonitos textos, retratos sem meio tons, dedicados ao seu universo afetivo: a dif�cil rela��o com a m�e, as explos�es do pai, o Z� Branco, com um dem�nio colado no p� dele, o surdo Tio Miguel e sua cole��o de gibis, amigos como Everton, Valdelino Laurindo, Paulo de Tharso, ou ainda o Fl�vio, um mendigo. (HEITOR FERRAZ MELLO)
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LUIZ CARLOS PRESTES - UM COMUNISTA BRASILEIRO
A chave de leitura � dada pela condi��o da autora, Anita Leoc�dia Prestes, filha do l�der comunista e sua assessora de 1958 at� sua morte. N�o se deve esperar isen��o da historiadora. Sua perspectiva, naturalmente, � a de Prestes, cuja careira foi marcada por pol�micas, inclusive no campo da esquerda.
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Trata-se de uma biografia pol�tica. Aspectos pessoais s�o logo tirados do caminho. A not�cia da morte de Olga, m�e da autora, nos campos nazistas, � resumida em duas linhas. Algumas an�lises s�o apenas burocr�ticas, como argumentar que o levante de 1935 n�o foi uma insurrei��o comunista.
O que o livro tem de melhor � a documenta��o, � qual a autora teve acesso privilegiado. Nesse sentido, � uma obra importante para ser consultada. O "Prestes" de Anita Leoc�dia fica no meio do caminho entre a exalta��o de Jorge Amado em "O Cavaleiro da Esperan�a" e "Um Revolucion�rio entre Dois Mundos", de Daniel Aar�o Reis, que oferece um relato mais equilibrado. (Oscar Pilagallo)
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ANGELA MARIA - A ETERNA CANTORA DO BRASIL
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Com "Angela Maria", Rodrigo Faour confirma mais uma vez ter um lugar de destaque entre os bi�grafos da m�sica popular brasileira. A exemplo do que fizera ao contar a vida de Cauby Peixoto, Dolores Duran e Claudette Soares, o pesquisador apresenta um trabalho caudaloso sobre a Sapoti, apelido que o presidente Get�lio Vargas deu � cantora, hoje com 86 anos.
O autor reuniu boas hist�rias, obtidas em entrevistas exclusivas e em material publicado pela imprensa. Por vezes, no entanto, o detalhismo excessivo e a reprodu��o na �ntegra de artigos dispens�veis comprometem a flu�ncia do texto.
Outro problema � a superestima��o da personagem. A int�rprete de "Babalu" esteve longe de "manter o prest�gio intacto" nas seis d�cadas de carreira. Da mesma maneira, � insustent�vel a afirma��o de que � imposs�vel contar a hist�ria do Brasil sem mencionar seu nome. Exageros � parte, o livro, com cerca de 900 p�ginas (incluindo dois cadernos de ilustra��es), vale quanto pesa. (OP)