São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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VERÃO

Apenas apólices parciais excluem indenização de desastres naturais; é preciso pagar franquia

Seguro cobre danos de enchentes

DA REDAÇÃO

Nesta época do ano, uma das cenas mais comuns é ver carros flutuando em alagamentos. Passado o desespero inicial, o motorista não precisa se preocupar. Praticamente todas as apólices de seguro cobrem desastres naturais, e quem não tiver o carro protegido pode cobrar o prejuízo do poder público.
As companhias entendem que não é culpa do motorista ter ficado submerso. Mas, em geral, há uma cláusula que exclui danos causados por água salgada, uma vez que é raro o mar invadir as cidades. Assim, ficaria caracterizado que o dono agiu de má-fé.
"Apenas o seguro parcial não cobre alagamento, mas 95% dos contratos são de seguro total [contra colisão, incêndio e roubo ou furto]", diz Luiz Pomarole, diretor do produto automóvel da Porto Seguro. Quem tiver o veículo atingido por árvores e raios estará igualmente protegido.
"Há dias em que as oficinas não dão conta de vistoriar os veículos sinistrados", afirma Jorge Bento, vice-presidente da sucursal paulista da SulAmérica. Segundo ele, o alagamento é como um acidente comum: é preciso avisar a seguradora da ocorrência do sinistro, fazer vistoria e até mesmo ter socorro do carro de apoio -quando ele consegue chegar ao local.
Isso significa que também é preciso pagar franquia para arrumar o veículo. Pomarole conta que, nos modelos nacionais, o motor e o estofamento são os mais atingidos. Nos importados, a parte elétrica sofre. "É importante fazer uma perícia para saber se o carro terá condições de uso depois."

Limpeza
Depois que as águas baixaram, é preciso pensar na limpeza do carro, serviço que custa cerca de R$ 350 e demora até cinco dias. "Quanto mais rápido [limpar], melhor", diz Gilberto Silva Bonfim, dono da Papa-léguas. O tempo piora o cheiro de mofo e aumenta a chance de oxidação.
Os tecidos dos bancos, as espumas e os carpetes devem ser retirados, limpos com bactericida e secos antes de voltarem ao habitáculo. É bom ficar de olho na forração entre o carpete e a lataria: o feltro é que concentra o desagradável cheiro de molhado.
Com ou sem seguro, ficam duas dicas importantes para o motorista. Não subdimensione um alagamento -se estiver parado na beirada de um, é ali que deve estacionar e pedir ajuda. Se o carro "morrer", não tente ligá-lo outra vez. Isso só aumenta as chances de ocorrer um calço hidráulico. E aí o prejuízo será bem maior.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)

Papa-léguas: 0/xx/11/3621-3353

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