São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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SALÃO DE TÓQUIO

Com uma dose de criatividade, montadoras japonesas exibem protótipos pequenos e práticos para o uso nas metrópoles

Japão projeta minis

José Augusto Amorim/Folha Imagem
O Nissan Pivo conta com carroceria que gira 360�, o que elimina a marcha a ré; o protótipo pode levar três pessoas e não emite poluentes, pois vem equipado com motor elétrico


JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A MAKUHARI

Para comprar um apartamento de 70 m2 a 8 km do centro de Tóquio, paga-se US$ 380 mil (R$ 912 mil), além de US$ 200 (R$ 480) para ter um carro na garagem.
No Japão, onde sobram veículos e pessoas e falta espaço, a exigência é provar que o automóvel terá estacionamento, algo nem sempre disponível nas moradias.
O reflexo está no Salão de Tóquio, que acontece na vizinha Makuhari, onde estão expostos veículos bastante pequenos -e uma dose extra de criatividade.
O Toyota i-swing é o máximo desse temor de falta de espaço. Ele pode circular com duas ou três rodas para, respectivamente, andar entre as pessoas e encarar os carros. Criado para os jovens, os engenheiros admitem, no entanto, que poderia ser uma boa opção para idosos e para deficientes.
Com o mote "pequenos carros para um grande futuro", a Suzuki apresentou, entre outros, o LC. Desenhado para duas pessoas e equipado com motor de 660 cm3 de cilindrada, o carrinho tem só 3,20 m de comprimento. Os bancos são de tecido xadrez, enquanto o marcador indica a velocidade seguindo as cores do arco-íris.
O que adianta, porém, tanta novidade numa "embalagem" nem um pouco atraente? É por isso que o Mazda Senku aposta em linhas limpas e em curvas suaves. A grade é feita de um material que permite ver o motor híbrido. E, para facilitar o embarque das bagagens, a parte traseira se separa em duas, oferecendo a mesma comodidade de uma perua.

Cachorros
Um dos estandes mais concorridos foi o da Nissan. Está certo que ela trouxe novidades, mas a maior atração foi seu presidente, o brasileiro Carlos Ghosn. Ele chegou a bordo do Pivo, cuja carroceria gira 360, eliminando a marcha a ré. Elétrico, ele não emite poluentes e pode levar três pessoas.
Mas, se o medo é se sentir sozinho, a opção é o Honda W.O.W.. Pode soar como piada, mas ele foi feito para levar cachorro. Apresentado logo depois de o presidente da marca, Takeo Fukui, confirmar o motor flexível no Brasil em 2006, o W.O.W. tem três fileiras de bancos e portas deslizantes. "É para quem sente que o cão é parte da família", afirma.
E quando toda essa tecnologia exibida chegará às linhas de montagem? Quem responde é Naoki Okada, gerente-geral de planejamento da Toyota. "Não antes de 2010. Depende se as pessoas estarão dispostas a pagar."
Okada ajudou a criar o Fine-X, cujas rodas dianteiras e traseiras giram para dentro para que o carro rotacione em torno de seu eixo, facilitando as manobras.

José Augusto Amorimviajou a convite da Toyota do Brasil


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