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OUTRO MUNDO
Lei isenta deficiente de tributos como IPI, mas burocracia atrasa a dispensa; adaptação veicular custa R$ 2.000
Após 4 meses, adaptado é 30% mais barato
LUCAS LITVAY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Gastar, em média, R$ 2.000 para adaptar um veículo é a solução
de milhares de deficientes físicos
para driblar as dificuldades de
usar o transporte público. Estima-se que, atualmente, mais de 12 mil
carros adaptados rodem no Brasil
-um número ainda baixo, já que
24,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país.
As adaptações vêm crescendo
rapidamente. "A inclusão social
do portador de deficiência física e,
por conseqüência, o aumento da
renda fazem o mercado crescer
cerca de 10% ao ano", diz Monica
Cavenaghi, diretora comercial da
Cavenaghi Adaptação Veicular.
Estímulos não faltam para trocar as calçadas esburacadas por
um carro. A isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e IPVA (Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores) faz com que o veículo
saia pela metade do preço. Um
Honda Civic LX, por exemplo,
custa R$ 56.280 nas lojas e
R$ 42.050 com os abatimentos.
E não é somente o motorista
com deficiência que se beneficia
da renúncia fiscal. Outra lei, do
fim de 2003, concede ao condutor
que transportar o deficiente o
não-pagamento do IPI na compra
de qualquer carro de passeio zero-quilômetro feito no Mercosul.
Porém, segundo a legislação, somente três pessoas têm o direito
de guiar o automóvel, cujo documento sairá no nome do deficiente. É obrigatório ficar com o veículo, no mínimo, três anos.
Adaptar
Uma vez com o carro na garagem, outra missão desafia o deficiente: adaptá-lo às suas necessidades. "A inversão de posição do
acelerador e a automação da embreagem são os serviços mais freqüentes", afirma Cavenaghi.
Segundo ela, as pessoas com deficiência nos membros inferiores
gastam mais, pois os equipamentos são mais caros -e essa "classe" é a maioria na Guidosimplex.
"Portadores de deficiência nas
pernas são cerca de 70% dos nossos clientes", afirma o gerente comercial Mauro de Oliveira.
Mas, antes de tudo, é preciso
passar por uma auto-escola especializada. "O deficiente gasta cerca de R$ 300 a mais para obter a
carteira", diz Daniele Almeida,
gerente comercial da auto-escola
Javarotti. Segundo ela, o preço
mais alto é causado pela frota
adaptada e por instrutores preparados para lidar com esse público.
Almeida afirma que o rigor da legislação é o mesmo para todos.
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