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CRIME ORGANIZADO
Superintendência de São Paulo diz que o Vale está entre as duas áreas mais descobertas
PF aponta falta de cobertura no Vale
da Folha Vale
O Vale do Paraíba, apontado
como uma das bases do crime organizado no Estado, é uma das
duas regiões mais descobertas pela Polícia Federal no Estado -a
outra é Sorocaba-, na avaliação
da Superintendência de São Paulo.
Apesar de concentrar 11% das
exportações, o que aumenta o fluxo de moeda estrangeira, a rodovia mais movimentada e estar entre as duas maiores cidades do
país, o Vale é atendido pela Delegacia da Polícia Federal de São Sebastião, que não possui estrutura
adequada.
Como exemplo, em 1993 foi
descoberto em São José um suposto esquema de lavagem de dinheiro que ficou conhecido como
"golpe do cochilo", em que havia
a suspeita de relações com paraísos fiscais.
Os supostos golpistas conseguiam depositar grandes quantias
de dinheiro em contas fantasmas
e sacavam sem que fossem percebidos.
Na semana passada, a CPI do
Narcotráfico pediu a quebra do
sigilo bancário da empresa Danrie Turismo, de Guaratinguetá,
suspeita de fazer a lavagem de dinheiro obtido por meios ilícitos.
A delegacia de São Sebastião, no
litoral norte, conta com apenas
quatro delegados, 14 agentes e
três veículos para atuar na região
que cobre 41 municípios, com
cerca de 1,7 milhão de habitantes.
Segundo o delegado-chefe de
São Sebastião, Nelson Fernandes,
até o ano passado a situação era
ainda pior.
A delegacia de São Sebastião
contava com somente dois delegados e quatro agentes.
"À primeira vista, parece fácil
combater o crime organizado,
mas esse trabalho implica estrutura e técnicos especializados",
disse o delegado.
Também foi feita no Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba, a
maior apreensão de maconha já
realizada no Estado, com 6.874
quilos da droga, em uma operação dos agentes federais, que se
deslocaram de São Paulo.
A delegacia de São Sebastião só
foi avisada, mas não participou da
operação.
A CPI do Narcotráfico diz que
São José, juntamente com Campinas e Ribeirão Preto, é uma das
regiões em que deve ser investigada a presença de quadrilhas organizadas no interior do Estado de
São Paulo.
Por falta de estrutura, a PF apela
à Polícia Civil para realizar procedimentos simples, como a entrega de intimações a pessoas envolvidas em inquéritos.
O delegado Gilberto Tadeu
Vieira Cezar, relações-públicas da
Superintendência da PF, afirmou
que um estudo realizado no ano
passado indicou a necessidade de
instalar 20 delegacias no Estado.
Em São Sebastião, a prioridade
da PF é o controle dos estrangeiros que chegam ao porto.
"Se as delegacias de São José e
Sorocaba fossem implantadas, estaríamos satisfeitos", disse o delegado.
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, estava anteontem em
Maceió (AL) e, segundo sua assessoria, não poderia falar sobre a liberação de verbas para as delegacias.
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