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NO ESCURO 3
Dos 20 estabelecimentos pesquisados, somente dois contam com geradores de energia em Campos do Jordão
Hotéis estão despreparados para corte
DA FOLHA VALE
De um total de 20 hotéis de
Campos do Jordão ouvidos pela
Folha, apenas dois têm gerador
de energia.
Os demais afirmaram estar fazendo pesquisa de preços para
instalar o equipamento antes da
temporada de inverno.
O proprietário do hotel Garnier,
Ricardo Antonio Coelho Costa,
foi o único que afirmou que, embora não tenha, não pretende instalar o gerador de energia de forma alguma.
"Não é uma coisa simples. A
instalação é demorada e, para isso, precisaria interromper por
uma semana o funcionamento do
hotel. E isso, em pleno início de
temporada, não dá para fazer",
disse Costa.
A gerente do hotel Frontenac,
Soraia Carrer, disse que a diretoria vai se reunir para traçar as estratégias para enfrentar o racionamento de energia.
"Temos aquecimento a gás. O
nosso problema vai ser mesmo a
iluminação. Ainda não decidimos
o que fazer", disse.
Segundo a gerente, a primeira
medida tomada foi reservar para
pessoas idosas e casais com crianças pequenas os apartamentos localizados no térreo e no primeiro
andar. No total, o hotel tem quatro andares.
"Estamos tendo essa preocupação para evitar transtornos no caso de apagões", disse.
Já no hotel Monte Carlo, o gerador de energia vai passar por uma
revisão porque é muito antigo. Segundo funcionários, não é utilizado há 15 anos.
O proprietário do Hotel Lausane, com quatro estrelas, Sérgio Alves de Campos, disse que o investimento em geradores de energia
não é compensado pela estrutura
do local.
Segundo ele, o hotel está mantendo o aquecimento de ambientes e de chuveiros a gás e comprando somente lampiões para a
iluminação interna.
O proprietário disse que está esperando o início das medidas do
governo federal sobre o racionamento para que possa se preparar
para as mudanças.
"Nos deram o custo, mas não os
paliativos. Geradores exigem um
investimento muito pesado", disse.
Campos afirmou que a única
forma de os hotéis de Campos se
adaptarem ao racionamento é
com cortes graduais de energia,
que permitam um período de
adequação e divisão de prejuízos
ao longo de meses.
Para a diretora do Hotel Platanus, Sílvia Regina Maia de Souza,
o governo deixou as mudanças
para o "último momento" e repassou a conta às indústrias, ao
comércio e à rede hoteleira.
"Eles inventam, e nós é que temos que preparar o bolso."
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