São José dos Campos, Domingo, 20 de Maio de 2001

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NO ESCURO 3
Dos 20 estabelecimentos pesquisados, somente dois contam com geradores de energia em Campos do Jordão
Hotéis estão despreparados para corte

DA FOLHA VALE

De um total de 20 hotéis de Campos do Jordão ouvidos pela Folha, apenas dois têm gerador de energia.
Os demais afirmaram estar fazendo pesquisa de preços para instalar o equipamento antes da temporada de inverno.
O proprietário do hotel Garnier, Ricardo Antonio Coelho Costa, foi o único que afirmou que, embora não tenha, não pretende instalar o gerador de energia de forma alguma.
"Não é uma coisa simples. A instalação é demorada e, para isso, precisaria interromper por uma semana o funcionamento do hotel. E isso, em pleno início de temporada, não dá para fazer", disse Costa.
A gerente do hotel Frontenac, Soraia Carrer, disse que a diretoria vai se reunir para traçar as estratégias para enfrentar o racionamento de energia.
"Temos aquecimento a gás. O nosso problema vai ser mesmo a iluminação. Ainda não decidimos o que fazer", disse.
Segundo a gerente, a primeira medida tomada foi reservar para pessoas idosas e casais com crianças pequenas os apartamentos localizados no térreo e no primeiro andar. No total, o hotel tem quatro andares.
"Estamos tendo essa preocupação para evitar transtornos no caso de apagões", disse.
Já no hotel Monte Carlo, o gerador de energia vai passar por uma revisão porque é muito antigo. Segundo funcionários, não é utilizado há 15 anos.
O proprietário do Hotel Lausane, com quatro estrelas, Sérgio Alves de Campos, disse que o investimento em geradores de energia não é compensado pela estrutura do local.
Segundo ele, o hotel está mantendo o aquecimento de ambientes e de chuveiros a gás e comprando somente lampiões para a iluminação interna.
O proprietário disse que está esperando o início das medidas do governo federal sobre o racionamento para que possa se preparar para as mudanças.
"Nos deram o custo, mas não os paliativos. Geradores exigem um investimento muito pesado", disse.
Campos afirmou que a única forma de os hotéis de Campos se adaptarem ao racionamento é com cortes graduais de energia, que permitam um período de adequação e divisão de prejuízos ao longo de meses.
Para a diretora do Hotel Platanus, Sílvia Regina Maia de Souza, o governo deixou as mudanças para o "último momento" e repassou a conta às indústrias, ao comércio e à rede hoteleira.
"Eles inventam, e nós é que temos que preparar o bolso."


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