São José dos Campos, Domingo, 20 de Maio de 2001
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NO ESCURO Empresa cria programa de substituição de lâmpadas para evitar possíveis apagões em estância climática Campos economiza para evitar prejuízos
CAROLINA FARIAS FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE Campos do Jordão vai ter um tratamento especial durante o racionamento de energia, segundo a Elektro Eletricidade, para evitar que a cidade sofra prejuízos durante a temporada de inverno. A cidade teme que a possibilidade de cortes afugente parte do 1,2 milhão de turistas, em razão do colapso na iluminação e nos aquecedores. Em relação a outras cidades, Campos terá um programa de troca de lâmpadas de mercúrio por vapor de sódio. A cidade tem cerca de 7.700 postes de iluminação pública. Com a troca, a Elektro espera reduzir em 35% o gasto na temporada, que sobe 50% e chega a 12 mil megawatts/hora por mês. A Elektro, no entanto, ainda não calculou de quanto será a economia com a substituição das lâmpadas. Caso a cidade atinja esse patamar, a Elektro garante que Campos não terá apagões, ainda não programados pelo governo. Outra medida, que entra em vigor amanhã, é a redução dos horários do bonde e do teleférico, que gastam 66 mil kwh/mês. A economia deve chegar a 20%. Segundo o chefe de gabinete da Prefeitura de Campos do Jordão, Carlos Gouvea, outras medidas foram tomadas, como apagar metade da iluminação pública. O comércio vai dar início a uma campanha para reduzir a iluminação em vitrines. Os estandes terão que comprar geradores. A concessionária vai distribuir mil lâmpadas para 90 lojas do Market Plaza, shopping que abre na temporada. Após o fechamento do shopping, as lâmpadas serão retiradas e distribuídas a famílias carentes. Donos de imóveis, assustados com a sobretaxa para quem não economizar energia, também estudam incluir o gasto extra na conta do turista. Além de sobreviver graças à vida noturna e ao frio, só que com aquecedores, Campos não está preparada para conviver sem energia elétrica. De 20 hotéis consultados pela Folha, somente dois têm geradores próprios. A maioria acredita que instalar geradores agora será um gasto acima da capacidade do setor. O medo do racionamento, por outro lado, aqueceu o mercado dos vendedores de lenha, que até contratam lenhadores. Mas não só de más notícias vive Campos do Jordão. A alta do dólar, dizem turistas e comerciantes, vai atrair pessoas que planejavam ir para o exterior. Já as empresas especializadas em alugar estandes temem que as despesas com o aluguel de geradores afugentem os expositores. "Se as pessoas vão ficar no escuro em São Paulo, que venham para cá. Apagão por apagão, venham a Campos", diz Gouvea. Próximo Texto: Amanhã, reunião define plano de redução de gasto Índice |
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