São José dos Campos, Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2001

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JACAREÍ
Acusado já teve problemas na corporação; sete policiais que faziam "bico" no Pão de Açúcar passam por averiguação
DIG pedirá prisão preventiva de PM

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O policial militar Flávio David Martins Saquetti, 37, preso anteontem, em Itanhaém, litoral sul do Estado, e mais sete policiais que prestavam serviços ao supermercado Pão de Açúcar, de Jacareí, estão detidos na Corregedoria da Polícia Militar, em São Paulo.
Saquetti, acusado de ser o mentor intelectual do assalto ao carro-forte da Protege no Pão de Açúcar, ocorrido na última quarta-feira e que causou a morte de cinco pessoas e feriu outras dez, deve passar pelo menos quatro dias em São Paulo prestando depoimento.
A polícia chegou ao PM após o depoimento de Ronaldo dos Santos, o Wilber, preso na sexta-feira em Diadema, na região do ABC paulista. Ronaldo afirma que, um dia antes do crime, o grupo reuniu-se na casa do policial para acertar os detalhes da ação.
O acusado e os demais PMs faziam "bico", como seguranças no supermercado de Jacareí.
Segundo o delegado-seccional de São José dos Campos, que responde interinamente por Jacareí, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, apenas Saquetti é acusado de participar do assalto ao supermercado. Os demais policiais respondem à acusação de fazerem "bicos" no supermercado.
O PM estava de folga na noite do assalto e não se reapresentou ao trabalho no dia seguinte, o que fez com que a PM destinasse uma equipe para localizá-lo.
Saquetti integra os quadros da PM há sete anos e, segundo a Polícia Civil, nunca se envolveu em problemas na corporação.
"Já havia trabalhado com Saquetti e sempre o considerei um excelente policial", afirma o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Jacareí, Vernei Antônio de Freitas.
Já o coronel Nilton José da Silva, do 41� batalhão da PM de Jacareí afirma que Saquetti já teve "problemas" em Jacareí e chegou a ser transferido para o litoral sul de São Paulo, mas ele não soube informar a natureza do problema -se seria uma questão administrativa ou um crime praticado na cidade.
Saquetti pode permanecer, no máximo, oito dias (até sábado) detido na corregedoria para investigações administrativas. Depois, deve ser liberado.
Além de inquérito policial militar, Saquetti deve ser levado à DIG de Jacareí para prestar depoimento sobre o assalto ao Pão de Açúcar. "Além de solicitar a demissão do policial, vou pedir sua prisão preventiva. Quanto aos demais policiais, vamos averiguar se têm envolvimento no crime e se estavam trabalhando no supermercado na ocasião", disse Freitas. Caso ocorra a prisão, Saquetti deve ser levado para o Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo.


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