DA FOLHA VALE

A falta de espaços públicos de lazer, cultura e esporte nos bairros e de órgãos especializados no tratamento de dependentes químicos e na prevenção e combate às drogas é apontada pelas entidades como causa para o crescimento no número de homicídios.
O advogado do Cedeca (Centro de Defesa da Criança e Adolescente), Gilson Aparecido dos Santos, afirmou que os homicídios envolvendo adolescentes já vêm crescendo há cinco anos.
Santos disse que as mortes nessa faixa etária são também o reflexo da própria violência na cidade.
Segundo ele, cerca de 35% dos casos registrados envolvem mortes causadas por armas de fogo, o que tem preocupado as entidades ligadas à defesa de adolescentes.
"Falta envolvimento do poder público e da sociedade. As entidades não possuem recursos para implementar políticas de assistência a esses jovens", disse.
O comandante do 46� Batalhão da PM, tenente-coronel Lamarque Monteiro, responsável pela região sul de São José, apontada como uma das mais violentas da cidade e onde foi registrada grande parte dos casos, disse que a polícia também notou o crescimento das ocorrências.
De acordo com ele, as estatísticas da PM apontam um envolvimento crescente de pessoas com idade entre 16 e 25 anos e mortes causadas por brigas entre grupos envolvidos com o tráfico e o uso de drogas.
Ele afirmou que, em São José, a PM, a prefeitura e as entidades ligadas à defesa dos adolescentes investem em programas de prevenção e tratamento de dependentes químicos.
O comandante disse também que a polícia está investindo em escolas e cursos específicos do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas) como formas de prevenção à violência.


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