São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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TV 50 ANOS

"Globinho" era telejornal infanto-juvenil

ERIKA SALLUM

EM UMA época em que nem se sonhava com xuxas, angélicas e elianas, a televisão brasileira contou com um programa infanto-juvenil peculiar: o "Globinho", um telejornal feito por e para crianças e jovens, que debatia temas como cidadania e meio ambiente.
De 77 a 83, a jornalista e escritora Paula Saldanha, 47, comandou a atração, que até hoje é lembrada por quem tem mais de 25 anos. Com duas edições diárias -exibidas às 17h15 e às 11h30-, o programa era composto de reportagens, entrevistas, debates, desenhos e filmes de animação pouco convencionais.
Em pleno regime militar, era o único telejornal da Globo que não sofria censura prévia do governo. "Para a censura, éramos apenas um programa infantil. Mas poucos sabem que colocávamos no ar reportagens que haviam sido cortadas em outros telejornais", conta Paula, que hoje se dedica integralmente a sua produtora, a RW Vídeo.
Por causa disso, quase metade da audiência do "Globinho" era formada por adultos. "A gente abordava a seca do Nordeste e ia até Brasília conversar com ministros. Tínhamos equipes em cinco capitais do Brasil, com repórteres mirins."
A atração chegou ao fim quando a Globo decidiu trocá-la por um programa de sorteios. "Nossa equipe não concordou com aquilo e resolvemos acabar com o "Globinho"."


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