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TV 50 ANOS
"Globinho" era telejornal infanto-juvenil
ERIKA SALLUM
EM UMA época em que nem se
sonhava com xuxas, angélicas e
elianas, a televisão brasileira contou
com um programa infanto-juvenil
peculiar: o "Globinho", um telejornal feito por e para crianças e jovens, que debatia temas como cidadania e meio ambiente.
De 77 a 83, a jornalista e escritora
Paula Saldanha, 47, comandou a
atração, que até hoje é lembrada por
quem tem mais de 25 anos. Com
duas edições diárias -exibidas às
17h15 e às 11h30-, o programa era
composto de reportagens, entrevistas, debates, desenhos e filmes de
animação pouco convencionais.
Em pleno regime militar, era o
único telejornal da Globo que não
sofria censura prévia do governo.
"Para a censura, éramos apenas um
programa infantil. Mas poucos sabem que colocávamos no ar reportagens que haviam sido cortadas em
outros telejornais", conta Paula, que
hoje se dedica integralmente a sua
produtora, a RW Vídeo.
Por causa disso, quase metade da
audiência do "Globinho" era formada por adultos. "A gente abordava a seca do Nordeste e ia até Brasília conversar com ministros. Tínhamos equipes em cinco capitais do
Brasil, com repórteres mirins."
A atração chegou ao fim quando a
Globo decidiu trocá-la por um programa de sorteios. "Nossa equipe
não concordou com aquilo e resolvemos acabar com o "Globinho"."
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