do enviado especial

Um terremoto chamado Brigitte Bardot fez Búzios tremer no Natal de 1964. Até então, esse balneário na região dos Lagos, no litoral fluminense, era uma sonolenta vila de pescadores.
No auge da fama, a atriz francesa veio ao Rio disfarçada, de peruca morena, e a bordo do namorado Bob Zaguri. Descoberta por um repórter que perguntou se ela teria um filho brasileiro, BB indagou: "Avec vous?" (com você?).
Para fugir do assédio, o casal logo viajou para Búzios, que dista 191 km do Rio, onde permaneceu três meses.
Depois disso, a atmosfera buziana nunca mais seria a mesma. Assim, a cada verão, a rua das Pedras -epicentro do agito- é invadida por estrangeiros.
Agora, com o peso em alta, os argentinos são moeda fácil nas 23 praias e mesmo nas 18 ilhas e ilhotas da região. Nas praias de Geribá, Ossos, Azeda, Armação, Ferradura e Tartaruga, esse balneário famoso pelas casinhas caiadas reinventadas, ainda nos anos 50, pelo arquiteto Otávio Raja Gabaglia, mistura cariocas e estrangeiros, locais e passantes.
No rastro de Brigitte Bardot vieram personalidades como Mick Jagger, Glauber Rocha, Cat Stevens e Jacques Cousteau.
Em 1976, quando Doca Street matou Ângela Diniz, o balneário migrou das capas das revistas chiques para as páginas policiais.

Espírito irreverente
Nessa mesma época, um estrangeiro muito brasileiro, o empresário Umberto Modiano, já estava empenhado em mudar a fisionomia de Búzios.
Alegre e empreendedor, Modiano rasgou canais, construiu o aeroporto e lançou empreendimentos imobiliários, como os hotéis Nas Rocas, na ilha Rasa, e Marina Porto Búzios, onde fica o spa (leia texto acima). Modiano morreu em 1991. Hoje o grupo italiano Valtur arrenda os hotéis criados por ele, devendo reinaugurar neste Natal o Villagi Valtur nas Rocas, representado pela Agaxtur (tel. 0/xx/11/3067-0900).


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