São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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AMAZÔNIA
Comunidade no Alto Rio Negro vende farinha de mandioca e artesanato
Índios assistem "Terra Nostra"

da enviada especial ao Amazonas

Aquela imagem de índios nus transbordando pelas portas das ocas é coisa do passado na comunidade de Terra Preta, localizada à beira do rio Negro e próximo às ilhas Anavilhanas.
Ali, os índios, todos vestidos, moram em casas de barro ou madeira e acompanham, numa TV que funciona com gerador, a novela "Terra Nostra" diariamente, que no Amazonas passa às 18h30 devido à diferença de fuso horário e porque o Estado não adotou o horário de verão.
Também vendem artesanato para os turistas que os visitam, como colar (R$ 5), canoa de madeira (R$ 5), pilão (R$ 30). Cada família tem sua própria produção exposta em mesas dispostas num local coberto.
Os indígenas de Terra Preta também ganham dinheiro fazendo farinha de mandioca, cujo processo de feitura não é tão fácil, já que as índias têm de ficar cerca de duas horas mexendo a farinha num tacho quente, sem parar.
Para vender em Manaus a produção mensal de cerca de 20 sacas, por entre R$ 25 e R$ 30, os habitantes de Terra Preta demoram três horas, de barco.
A viagem não é longa para quem morava a cerca de quatro dias de viagem da capital amazonense, num local chamado São Gabriel da Cachoeira.
"Mudamos para cá para facilitar a venda da farinha", conta Gabriel Aleixo, chefe da comunidade.

Caça e pesca
Basicamente, os moradores locais se alimentam de caça, pesca e produtos agrícolas.
Tomam remédios e chá da própria floresta amazônica, como o de um amargo pedaço do tronco da árvore carapanaúba, utilizado pelas mulheres como anticoncepcional, de acordo com o morador local Mario Aleixo.
É ele quem leva os turistas para dar uma volta na floresta e lhes mostra os segredos da Amazônia, como o pau-d'água, pedaço de tronco de árvore que, quando cortado corretamente, jorra água a ponto de encher um cantil.
(MARISTELA DO VALLE)



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