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AMAZÔNIA
Comunidade no Alto Rio Negro vende farinha de mandioca e artesanato
Índios assistem "Terra Nostra"
da enviada especial ao Amazonas
Aquela imagem de índios nus
transbordando pelas portas das
ocas é coisa do passado na comunidade de Terra Preta, localizada
à beira do rio Negro e próximo às
ilhas Anavilhanas.
Ali, os índios, todos vestidos,
moram em casas de barro ou madeira e acompanham, numa TV
que funciona com gerador, a novela "Terra Nostra" diariamente,
que no Amazonas passa às 18h30
devido à diferença de fuso horário
e porque o Estado não adotou o
horário de verão.
Também vendem artesanato
para os turistas que os visitam, como colar (R$ 5), canoa de madeira (R$ 5), pilão (R$ 30). Cada família tem sua própria produção
exposta em mesas dispostas num
local coberto.
Os indígenas de Terra Preta
também ganham dinheiro fazendo farinha de mandioca, cujo processo de feitura não é tão fácil, já
que as índias têm de ficar cerca de
duas horas mexendo a farinha
num tacho quente, sem parar.
Para vender em Manaus a produção mensal de cerca de 20 sacas, por entre R$ 25 e R$ 30, os habitantes de Terra Preta demoram
três horas, de barco.
A viagem não é longa para
quem morava a cerca de quatro
dias de viagem da capital amazonense, num local chamado São
Gabriel da Cachoeira.
"Mudamos para cá para facilitar
a venda da farinha", conta Gabriel
Aleixo, chefe da comunidade.
Caça e pesca
Basicamente, os moradores locais se alimentam de caça, pesca e
produtos agrícolas.
Tomam remédios e chá da própria floresta amazônica, como o
de um amargo pedaço do tronco
da árvore carapanaúba, utilizado
pelas mulheres como anticoncepcional, de acordo com o morador
local Mario Aleixo.
É ele quem leva os turistas para
dar uma volta na floresta e lhes
mostra os segredos da Amazônia,
como o pau-d'água, pedaço de
tronco de árvore que, quando
cortado corretamente, jorra água
a ponto de encher um cantil.
(MARISTELA DO VALLE)
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