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AMAZÔNIA
Lançado no último sábado, livro sobre o peixe explica os hábitos do animal e dá dicas de pescaria
Tucunaré faz da pesca uma paixão
da enviada especial
"O tucunaré é o peixe
mais divertido que existe.
Ele é alegre, faz barulho na
água, arrebenta a sua linha, enfim, faz você se
apaixonar pela pescaria."
A opinião é do engenheiro
Dieter Kelber, que lançou
anteontem o livro "Tucunaré, Uma Paixão Internacional" (editora Arte &
Ciência, R$ 15).
Com a ajuda de biólogos, o autor descreve peculiaridades e hábitos desse peixe, um dos mais populares entre os pescadores que vão à Amazônia.
Ele conta, por exemplo,
que muitos dos ovos de
tucunaré são depredados
por peixes pequenos, como lambaris, antes de
eclodir. Segundo Kelber, o
casal permanece unido
enquanto toma conta dos filhotes,
que se tornam independentes
com cerca de um mês de vida.
"Por isso, se o pescador pegar um
tucunaré na época da reprodução, é bom devolvê-lo à água o
mais próximo possível do local de
onde tirou, para que ele reencontre o ninho."
Embora mais afastada do eixo
Rio-São Paulo e com menos infra-estrutura que o Pantanal, a
Amazônia é uma das regiões preferidas pelos pescadores de tucunaré, porque possui os maiores
exemplares da espécie.
Veio de lá, mais especificamente do município de Barcelos, no
Alto Rio Negro, o maior tucunaré
já pescado, segundo Edson Filho,
proprietário da Casa Caça e Pesca
de Pinheiros. "O peixe tinha 12,24
kg e foi pescado por um norte-americano em 1994."
Já os mais saborosos, na opinião
de Kelber, estão nas represas artificiais da região Sudeste, dos rios
Tietê, Paranaíba e Paraná. "Nesses locais, os tucunarés reinam
absolutos. Como foram introduzidos artificialmente, não
sofrem com a ação de predadores e, consequentemente, não são estressados."
Para ele, tucunaré é bom
de qualquer jeito, em caldeirada, como carpaccio
ou frito, com chope.
Quem sai à pesca do tucunaré pode ganhar de
brinde peixes de outras
espécies, que acabam se
prendendo na isca "sem
querer". Segundo Edson
Filho, alguns desses peixes
podem ser a piranha
-cujo caldo é popularmente considerado afrodisíaco- ou o aruanã
-"um tipo de minipirarucu que vive na superfície, mas é comprido em
vez de redondo".
Até quem não tem experiência com pesca pode se
aventurar a pegar um tucunaré. É mais fácil encontrá-lo
ao nascer do sol, quando ele está
em busca de alimentos. No barco
a motor, o pescador desfruta a
paisagem das árvores refletidas
nos rios, mas mantém o carretel
preso à mão e fica esperto para
um eventual tranco do peixe, que
tenta se desvencilhar do anzol.
Tranco que às vezes pode ser um
decepcionante pedaço de tronco
enraizado no leito do rio. Nesse
caso, o negócio é jogar a linha no
rio e começar tudo de novo.
(MARISTELA DO VALLE)
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