São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 2002

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CAIRO

Estabelecimento faz cem anos planejando inaugurar novos prédios para abrigar parte do acervo guardado em porão

Museu Egípcio deve ganhar dois anexos

Amr Nabil - 11.dez.2002/Associated Press
Estudante descansa na seção grega do museu, que fica no Cairo


DA ASSOCIATED PRESS

O Museu Egípcio, no Cairo, celebrou seu 100� aniversário na semana passada com a notícia de que ganhará duas espécies de anexo que abrigarão cerca de um terço de seus artefatos exposto em outros museus, para facilitar o acesso da multidão que o visita todos os anos e expôr ao público peças guardadas por falta de espaço.
O pontapé inicial da semana comemorativa foi uma conferência que contou com a participação de curadores do Egito, da Europa e da América do Norte. O museu também foi cenário de um show de luzes e inaugurou uma nova galeria, com 250 peças inéditas ao público que estavam guardadas no seu porão -o local guarda mais de 100 mil relíquias.
Entre as peças expostas na nova ala há uma estátua de granito de um escrivão egípcio de 4.300 anos e uma das próteses mais antigas do mundo -um dedo de pé de madeira que pertenceu a uma mulher que viveu provavelmente entre 1.070 a.C. e 657 a.C.
Parte do porão foi adaptada para virar uma galeria de exposições e ganhou gabinetes de vidro com medidor de umidade. A reforma custou US$ 650 mil, segundo o diretor de antiguidades do museu, Zahi Hawass.
De acordo com o diretor do Museu Egípcio, Mamdouh el-Damaty, o local passou também por outras reformas para as celebrações do seu centenário, incluindo a melhora no sistema de iluminação do acervo em algumas áreas e a pintura da fachada do seu edifício neoclássico de cor-de-rosa.
Mas ainda há muito trabalho para ser feito. O chão de mármore branco apresenta sinais de corrosão. Luzes fluorescentes iluminavam muito mal algumas das peças expostas e alguns dos rótulos descrevendo parte do acervo estão amarelados pelo tempo.
Hawass afirmou que serão abertos dois novos museus para abrigar parte do acervo que não está à mostra por falta de espaço. Um deles será construído perto das pirâmides no oeste de Cairo e está orçado em US$ 350 milhões, e o outro deve ser aberto num bairro medieval da cidade.
O atual edifício conservará peças do período que engloba da era pré-faraônica aos tempos modernos, enquanto os outros, que devem ser abertos dentro de cinco anos, abrigarão muito do acervo atual, incluindo tesouros do rei Tutancâmon, que dirigiu o Egito há 3.300 anos.
Planejado para exibir cerca de 5.000 peças, o Museu Egípcio tem 160 mil delas, das quais um terço está à mostra. Com espaço limitado, muitas de suas peças faraônicas, greco-romanas e islâmicas estão guardadas no porão.
Para Hawass, a importância do museu não será diminuída, mas redefinida. "O museu do Cairo se tornou parte da nossa história e da nossa herança."


Museu Egípcio - www.egyptian museum. gov.eg.


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