São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 2002

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Contos do local ainda têm presos e naufrágios

DA ENVIADA ESPECIAL

Não bastassem as histórias de marujos abandonados e de tesouro milionário, a ilha ainda foi palco de uma batalha naval.
Em 9 de maio de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, o navio alemão S.M.S. Dresden chegou à baía de Cumberland fugindo de dois ou três navios ingleses, que podem ser qualquer combinação entre os navios Kent, Orama e Glasgow.
Essas embarcações chegaram e encurralaram o Dresden contra a baía. Depois de dois dias de batalha, o capitão alemão decidiu afundar seu navio.
Os tiros de canhão deixaram buracos nos penhascos, dentro dos quais ainda há balas.
Pouco mais de uma dezena de alemães morreram na batalha e foram enterrados no cemitério da vila San Juan Bautista. As pessoas que sobreviveram foram resgatadas pela Marinha chilena e presas até o fim da Primeira Guerra.
O imediato do Dresden, tenente Wilheim Canaris, durante a Segunda Guerra Mundial, chegou a ser chefe do Serviço Secreto das Forças Armadas da Alemanha. Em 1944, foi preso e morto, acusado de envolvimento em uma conspiração contra Hitler.
Durante o século 18, a Coroa espanhola usou a ilha como prisão para criminosos perigosos. Os presos ficavam em cavernas nas encostas das montanhas. No século 19, patriotas chilenos, opositores à reconquista do Chile pela Coroa espanhola, foram exilados ali.
Eles moravam em cabanas, mas, devido a um incêndio, foram habitar as mesmas cavernas que, cem anos antes, serviam de prisão. As cavernas estão a pouco mais de cinco minutos de caminhada a partir da praça do povoado.


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