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Contos do local ainda têm presos e naufrágios
DA ENVIADA ESPECIAL
Não bastassem as histórias
de marujos abandonados e de
tesouro milionário, a ilha ainda
foi palco de uma batalha naval.
Em 9 de maio de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial,
o navio alemão S.M.S. Dresden
chegou à baía de Cumberland
fugindo de dois ou três navios
ingleses, que podem ser qualquer combinação entre os navios Kent, Orama e Glasgow.
Essas embarcações chegaram
e encurralaram o Dresden contra a baía. Depois de dois dias
de batalha, o capitão alemão
decidiu afundar seu navio.
Os tiros de canhão deixaram
buracos nos penhascos, dentro
dos quais ainda há balas.
Pouco mais de uma dezena
de alemães morreram na batalha e foram enterrados no cemitério da vila San Juan Bautista. As pessoas que sobreviveram foram resgatadas pela Marinha chilena e presas até o fim
da Primeira Guerra.
O imediato do Dresden, tenente Wilheim Canaris, durante a Segunda Guerra Mundial,
chegou a ser chefe do Serviço
Secreto das Forças Armadas da
Alemanha. Em 1944, foi preso e
morto, acusado de envolvimento em uma conspiração
contra Hitler.
Durante o século 18, a Coroa
espanhola usou a ilha como
prisão para criminosos perigosos. Os presos ficavam em cavernas nas encostas das montanhas. No século 19, patriotas
chilenos, opositores à reconquista do Chile pela Coroa espanhola, foram exilados ali.
Eles moravam em cabanas,
mas, devido a um incêndio, foram habitar as mesmas cavernas que, cem anos antes, serviam de prisão. As cavernas estão a pouco mais de cinco minutos de caminhada a partir da
praça do povoado.
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