Luana Fischer/Folha Imagem

O noivo Marcelo Zanin, 28, chega ao salão JJ Estética & Visual, às 12h, e, após a limpeza de pele, cuida dos pés, que terão uma longa noite dentro do sapato apertado

CYNTIA FARABOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sonho do casamento parece não ter preço. Não é por acaso que o setor deva movimentar cerca de R$ 2,1 bilhões no Brasil neste ano, entre alianças, cerimônias, festas, filmagens e roupas.
Quem quer abocanhar uma fatia desse bolo pode driblar a concorrência optando pelas novidades do ramo. Elas vão do dia do noivo -que exige investimento inicial médio de R$ 100 mil, com lucro de R$ 15 mil mensais- até a a gravação do evento em CD-ROM -negócio que pode começar com pouco mais de US$ 20 mil e faturar R$ 10 mil todo mês.
Para os mais conservadores, o aluguel de roupas, com investimento mínimo de R$ 20 mil e lucro de R$ 10 mil, é uma alternativa às lojas, prejudicadas pelos altos preços dos vestidos.
De acordo com José Luiz de Carvalho César, 54, organizador da Expo Noivas & Casais -feira do setor que acontece anualmente em São Paulo, Rio e Belo Horizonte-, o empreendedor que deseja entrar nesse mercado deve ficar atento às novidades da informática, como serviços na Internet, e inovar em salões de beleza.
Para César, não existe fidelidade no setor. "Quem casa este ano dificilmente casará no ano que vem. Em compensação, todo ano surge em média 1 milhão de novas pessoas interessadas em fazer uma bela cerimônia", diz.

Dia do noivo
Para Beatriz Bredim Loretti, 53, sócia do salão JJ Estética & Visual (SP), uma das pioneiras na implantação do dia do noivo -a versão masculina do serviço completo prestado às noivas no dia da cerimônia-, é importante oferecer diferenciais para que o estabelecimento fique "marcado".
"De cada 10 noivas que nos procuram, 2 trazem o futuro marido. É um setor forte e que pode crescer mais", diz.
Ela conta que o serviço surgiu a pedido dos noivos. "Eles resolviam tantos problemas que chegavam ao casamento estressados e, às vezes, atrasados."
Para implantar o dia do noivo, Beatriz teve de expandir seu negócio para a casa ao lado do salão, investindo cerca de R$ 500 mil, em reformas e equipamentos. Atualmente, ela fatura em média R$ 130 mil, com lucro de 15%.
Outro empresário, Enoch Carvalho Fonseca, 42, sócio do Enoch Cabeleireiros, instalou seu salão dentro de um hotel em Guarulhos (Grande São Paulo). "Dessa maneira, os noivos podem usar a estrutura do hotel para relaxar, antes do casamento, e para a noite de núpcias, após a cerimônia."
O preço dos pacotes pode variar de R$ 580 (simples) a R$ 1.350 (incluindo a estada no hotel). Para abrir o negócio, o empresário investiu cerca de R$ 100 mil. Hoje, ele tem um faturamento médio de R$ 20 mil, com lucro de 40%.
Segundo um dos consultores de marketing do Sebrae-SP, João Abdalla Neto, 45, é preciso ficar atento às necessidades da região onde o empreendedor quer atuar. Só assim ele pode desenvolver novos serviços e faturar.