São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001


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Check-up preserva saúde do negócio

Avaliação só é eficiente se feita antes dos problemas financeiros; custo pode chegar a R$ 150/hora

Luana Fischer/Folha Imagem
Prato do Espaço das Delícias, restaurante que fica no centro da cidade e buscou uma consultoria na hora de expandir


CYNTIA FARABOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só o corpo humano que precisa de um check-up. As micro e pequenas empresas também devem fazer uma revisão para prevenir problemas ou desenvolver projetos de expansão.
A maior dificuldade, segundo consultores, é que os pequenos empreendedores costumam procurar ajuda apenas em momentos cruciais, como na hora em que a empresa já está com problemas financeiros ou só depois de ter aumentado sua estrutura.
"O trabalho deve ser preventivo. O ideal é contratar uma consultoria quando o empreendimento está bem", diz Alain Guetta, 46, da Guetta Franchising.
No Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), foram realizados 22.360 atendimentos sobre esse tipo de dúvida a empresários do Estado de São Paulo em abril.
Mas esse número representa apenas 4,7% do total de 479.100 micro e pequenas empresas em funcionamento no Estado, segundo a Secretaria da Fazenda.
"Deve-se buscar uma ajuda antes de abrir a empresa. Isso porque o pequeno nem sempre tem capital para recuperar o negócio depois de perder dinheiro e espaço no mercado", afirma Gilberto Rose, 51, consultor de administração empresarial do Sebrae.
Os preços das consultorias variam muito. Alguns serviços são gratuitos, como entidades de classe e cursos do Sebrae. Há também empresas juniores de faculdades como USP (Universidade de São Paulo), PUC (Pontifícia Universidade Católica) e Universidade São Judas. A maioria não visa ao lucro (veja texto nesta página).
Mas nas privadas, como o Instituto de Consultoria Empresarial, a cobrança é feita por hora. A mais barata sai por R$ 60 (cuida das finanças), e a mais cara, R$ 150 (técnicas tributárias).

De olho nos detalhes
A empresária Daniela de Lima Vieira Machado, 22, dona de uma confecção de jeans em Franca (400 km ao norte de São Paulo), conta que investiu R$ 1.000 a prazo para começar seu negócio, que não deu certo por problemas administrativos e de vendas. "Meu cheque voltava porque ainda não tinha caído o cheque de um cliente na conta", exemplifica.
Após fechar a empresa por mais de um ano e fazer cursos na área, Machado reabriu o negócio, que hoje fabrica 40 peças por dia e movimenta R$ 25 mil por mês. Ela não sabe precisar o lucro, mas diz que informatizou a empresa e trabalha com nove máquinas avaliadas entre R$ 2.000 e R$ 5.000.
Já Eliana de Souza Caldas Marques, 36, do café e restaurante Espaço das Delícias (que fica no centro da cidade), procurou consultoria na USP (Universidade de São Paulo) quando ampliou seu negócio de 25 m2 para 200 m2.
"O serviço foi gratuito, e eles perceberam detalhes interessantes, como a falta de uma sinalização maior, convidando para o andar de cima do estabelecimento." Ela conta que investiu R$ 100 mil na ampliação, feita há dois anos.
Guetta Franchising: 0/xx/21/267-0643; Instituto de Consultoria Empresarial: 0/xx/11/3101-9173; Sebrae: 0800-780202.


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