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Sa�de + Ci�ncia

Mortalidade por doen�as card�acas aumenta no Nordeste e cai no Sul

Pesquisa analisou mortes por infarto e angina entre os anos 2000 e 2010 nas regi�es do pa�s

Estudo tamb�m observou aumento nas taxas de mortalidade do Norte e queda no Sudeste no per�odo

ESTELITA HASS CARAZZAI DE CURITIBA

O aumento da renda nas regi�es Norte e Nordeste na �ltima d�cada veio acompanhado de um "�nus" do crescimento econ�mico: o aumento do n�mero de mortes por doen�as card�acas.

� o que aponta estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da PUC do Paran�, que analisou os �bitos por infarto e angina ocorridos entre 2000 e 2010 no Brasil --cerca de 1 milh�o de casos.

Essas doen�as s�o hoje a segunda maior causa de mortes naturais no pa�s, perdendo apenas para os AVCs (acidentes vasculares cerebrais).

Segundo a pesquisa, enquanto a taxa de mortalidade por essas doen�as se manteve est�vel no Brasil todo, o �ndice caiu at� 25% no Sul e Sudeste e aumentou no Norte e Nordeste. Entre homens nordestinos, por exemplo, a alta foi de 34% no n�mero de mortes por 100 mil habitantes (veja quadro ao lado).

ALIMENTA��O

O aumento da renda nesses Estados, associado ao consumo de alimentos industrializados, hipercal�ricos e ricos em s�dio --que agravam os fatores de risco card�aco, como hipertens�o, colesterol e obesidade-- � uma das explica��es para o fen�meno.

"As pessoas est�o deixando de morrer por doen�as infectocontagiosas e passando a morrer de infarto", diz o pesquisador Jos� Rocha Faria Neto, cardiologista e professor da PUC-PR.

O m�dico coordenou o estudo, em parceria com a estudante de doutorado Cristina Baena e a bioestat�stica M�rcia Olandoski.

Os dados foram corrigidos levando em conta as subnotifica��es de �bitos, que s�o causas mal preenchidas ou n�o informadas de morte e que, em 2000, chegavam a atingir at� 25% dos atestados do Norte e Nordeste.

"Ainda que tenha melhorado o preenchimento do atestado, esse aumento de mortes � verdadeiro."

Faria Neto compara a tend�ncia � observada no leste europeu ap�s a queda do Muro de Berlim, em 1989, quando a mortalidade por doen�as card�acas tamb�m aumentou, assim como a obesidade, a hipertens�o, o diabetes e o sedentarismo.

"� um reflexo do que acontece quando come�a a entrar dinheiro no pa�s."

TEND�NCIAS

Para os pesquisadores, � ilus�rio pensar que os �ndices de mortalidade por infarto est�o estagnados, como indicam os dados nacionais.

Em 2000, por exemplo, a taxa de mortes card�acas entre homens foi de 108 por 100 mil habitantes. Em 2010, foram 103 mortes por 100 mil habitantes no pa�s. "H� uma disparidade enorme entre as regi�es", diz Faria Neto.

Segundo a pesquisa, se a tend�ncia atual se mantiver, em 2015 o Brasil vai assistir ao crescimento da taxa de mortalidade nacional por doen�as card�acas, mesmo com a queda dos �bitos no Sul e Sudeste, creditada ao maior acesso a servi�os de sa�de. Isso n�o acontece desde a d�cada de 1980.

O Norte e o Nordeste, ent�o, ter�o os mesmos �ndices que o Sul e o Sudeste tiveram em 2000 --cerca de 110 mortes por 100 mil habitantes.

"S�o mortes que poderiam ser evitadas", diz Baena, uma das autoras do estudo. "Os principais fatores de risco card�aco s�o control�veis."


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