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PARTICULARES
Advogados e especialistas alertam para o perigo de assinar documentos sem ler
Contrato de faculdade pode conter "arapuca"
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Advogados e especialistas em
direito do consumidor de Ribeirão alertam os vestibulandos para
os riscos dos contratos de prestação de serviço que são assinados
pelos alunos ao ingressarem em
uma faculdade particular.
Segundo eles, os documentos
assinados no ato da matrícula na
instituição podem conter "arapucas", principalmente em relação
ao valor das mensalidades.
Nesses contratos, pode haver
cláusulas que autorizam a escola a
desligar o aluno do curso por
atraso no pagamento das mensalidades e também que determinam os critérios para os reajustes.
Mesmo sendo importante, a
maioria dos candidatos despreza
o conteúdo e assina o documento
sem ler nem uma linha sequer. Segundo o coordenador do CDC
(Centro de Defesa do Consumidor) de Ribeirão, Milton Scavazzini, esse fato não se limita à pessoa que ingressa na faculdade.
"Não é apenas nesse caso específico. O brasileiro tem esse costume
de não ler o que assina", afirma o
coordenador.
Luiz Alberto Mattos, chefe de
divisão do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) de Ribeirão Preto, afirma que é muito raro uma pessoa
buscar orientação antes de assinar um contrato como esse.
No Procon, segundo ele, todos
os funcionários estão à disposição
e aptos a dar informação quanto
aos contratos. O objetivo é ver se
nas cláusulas contratuais há algum tipo de abuso.
Para Mattos, a pessoa não deve
assinar nada sem antes procurar
um órgão de defesa do consumidor ou um advogado de confiança. Segundo ele, depois de assinado, fica difícil reverter a situação.
"É o mesmo que assinar um cheque em branco."
Preguiça
Fernanda de Paula Ferreira, 19,
ex-integrante da comissão de estudantes da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), afirma que
muita gente não lê o contrato antes de assiná-lo e acaba sendo lesada sem se dar conta disso.
Fernanda conta que visitava salas de aula, tentando mobilizar
outros alunos para aderir ao movimento contra um aumento de
mensalidade considerado abusivo e ficava perplexa com o que
via.
"Tinha gente que não sabia o
que estava acontecendo, tínhamos que explicar tudo", disse.
Para ela, um dos fatores que levam alguém a assinar sem ler o
contrato é o curto prazo dado para ser feita a matrícula.
"Mas a grande parte é por preguiça mesmo. A pessoa não lê e
acaba assinando um atestado de
burrice", afirma a aluna.
Segundo a assessoria de imprensa da Unaerp, o problema em
relação ao aumento foi solucionado com um desconto que deixou
o reajuste abaixo da inflação no
período.
De acordo com a universidade,
não havia problemas com as cláusulas contratuais do documento
assinado pelos alunos.
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