Edson Silva/Folha Imagem

O prefeito Luiz Jábali (PSDB), em seu gabinete

LUÍS FERNANDO BOVO
EDITOR DA FOLHA RIBEIRÃO

O prefeito de Ribeirão Preto, Luiz Roberto Jábali (PSDB), tem a maior taxa de rejeição junto aos eleitores entre os pré-candidatos ao Executivo da cidade.
Segundo pesquisa Datafolha, 84% dos eleitores que conhecem Jábali dizem que não votariam com certeza no atual prefeito, contra apenas 5% que afirmam que certamente optariam pelo voto no tucano em outubro.
Por outro lado, o pré-candidato do PT, Antônio Palocci Filho, tem a menor rejeição entre os eleitores que dizem conhecê-lo: 26% afirmam que não votariam com certeza no deputado federal, contra 56% que certamente optariam pelo voto no ex-prefeito.
Welson Gasparini (PTB) tem a segunda menor rejeição. Dos eleitores que o conhecem, 38% dizem que não votariam no ex-prefeito. Já 35% votariam.
Jábali é conhecido por 94% dos eleitores, mesmo índice de Gasparini. Palocci obtém 96%.
Em relação às intenções de voto para prefeito, Jábali obtém entre 3% e 4% nos quatro cenários propostos pelo Datafolha, enquanto Palocci lidera isolado, com índices entre 43% e 46%.
No cenário mais favorável ao petista (46%), aparecem, além de Jábali (3%), Welson Gasparini (PTB), com 15% das intenções de voto, Coraucci Netto (PFL), atingindo 13%, Dácio Campos (PPS), com 3%, e José Avelino (PPB), que obteve 2% da preferência.
Cid Velludo Salvador (PDT) foi lembrado por menos de 1% dos eleitores (leia texto na página C3).
As novidades ficaram por conta dos nomes do PFL. Com a desistência do deputado federal Valdemar Corauci Sobrinho, que obteve entre 6% e 11% na pesquisa feita no dia 14 março, apareceram como pré-candidatos Coraucci Netto e Wilson Toni.
O radialista Toni obteve 10% e 13% nos cenários em que aparece como o pré-candidato do PFL.

Mudança de imagem
Jábali enfrenta maior problema entre os jovens e os eleitores com renda mais baixa, consolidando sua imagem de prefeito da elite.
Entre as pessoas com idade entre 25 e 40 anos que o conhecem, 88% afirmam que, com certeza, não votariam em Jábali.
Esse índice cai para 87% entre os que têm só o 1� grau e também dentre aqueles que ganham até dez salários mínimos ao mês.
Entre aqueles que ganham mais de dez salários mínimos, 79% afirmam que, certamente, não votariam no atual prefeito.
Jábali reduz sua rejeição entre os simpatizantes de outros partidos. Nesse grupo, 68% dos que o conhecem dizem que não votariam nele com certeza, contra 20% que afirmam o contrário. A exceção são o PT e PMDB.
A rejeição de Jábali mostra que as obras e os investimentos que o tucano vem despejando na cidade desde que privatizou a Ceterp (Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto), em dezembro, ainda não foram suficientes para superar os três anos iniciais de governo, que também foram marcados por um desgaste intenso de sua imagem.
O prefeito esperava que os R$ 9 milhões gastos com asfaltamento das ruas e as 280 obras em andamento na cidade, que vão consumir mais R$ 7,7 milhões, dessem um impulso à sua candidatura.
Nesta semana, Jábali volta da Europa e volta também a enfrentar a pressão -do seu partido e dos adversários- para anunciar se sai ou não candidato.
Amanhã, o outro provável candidato tucano, o deputado estadual Antonio Duarte Nogueira Júnior, também anuncia oficialmente que vai assumir a liderança do governo na Assembléia.
Com o novo cargo, Nogueirinha praticamente abre mão de disputar a prefeitura. Caso opte por não concorrer, o partido pode impor a missão ao prefeito.
Apesar de melhor que Jábali, Nogueirinha -conhecido por 84% dos eleitores- também tem uma situação desconfortável na pesquisa. Entre os que o conhecem, 51% dizem que não votariam no deputado com certeza, enquanto 29% afirmam o oposto.
Se o problema de Jábali são os jovens, é entre eles que Palocci obtém sua menor rejeição. Dos eleitores com idade entre 25 e 40 anos que o conhecem, 22% dizem que não votariam com certeza no ex-prefeito de Ribeirão.
Entre os que conhecem Coraucci Netto, 54% não votariam no vereador com certeza. O radialista Toni obtém um índice de rejeição de 41%, enquanto Dácio Campos conta com 67%. Avelino tem 77% e Salvador, 78%.



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