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VIOLÊNCIA
Quatro investigadores e um delegado são acusados de extorquir R$ 30 mil; três estão presos em Ribeirão
Corregedoria apura quadrilha de policiais e Justiça manda prender 4
ALESSANDRO BRAGHETO
ALESSANDRO SILVA
da Folha Ribeirão
A Corregedoria de Polícia Civil
está investigando a participação
de quatro policiais civis e de um
delegado em crimes de concussão
(extorsão feita por funcionário
público), formação de quadrilha e
resistência à prisão.
Os quatro policiais já tiveram a
prisão temporária decretada ontem, sendo que três deles já estão
presos na Cadeia Pública de Vila
Branca, em Ribeirão Preto.
Três delegados da corregedoria
estiveram anteontem em Jardinópolis para prender em flagrante
três investigadores do 2� DP (Distrito Policial) de Ribeirão Preto e
um da delegacia da própria cidade.
Segundo denúncias, eles estariam extorquindo há mais de um
mês o comerciante Silvio Luiz da
Silva, de Jardinópolis, e exigindo
o pagamento de R$ 30 mil para
que ele não fosse preso.
Silva, que está sendo investigado por estelionato, fez a denúncia
ao Ministério Público de Ribeirão
Preto e disse que já havia pago R$
5.000 aos acusados, além de ter
dado quatro aparelhos de telefonia celular ao grupo.
O flagrante armado anteontem
em Jardinópolis na casa do comerciante não deu certo, mas os
investigadores José Lauro Malvestio, 40, Marcos Leandro Vendrúsculo, 27 (ambos do 2� DP) e
José Carlos Moraes, 41 (da delegacia de Jardinópolis) acabaram
sendo presos em seguida.
Já o investigador Homério Trittoli, que havia sido demitido do 2�
DP no início da semana, ainda está foragido e deverá se apresentar
amanhã. Ele é acusado também
de participar de um esquema de
desmanche de veículos localizado
em Altinópolis.
O delegado Carlos Henrique
Araújo Garcia também está sendo
investigado como suposto participante da concussão. Ele foi procurado, mas não foi localizado
para comentar o assunto.
Segundo o delegado-seccional
Alexandre Jorge Daur, foi aberto
ontem um procedimento administrativo que será acompanhado
pela Corregedoria da Polícia Civil,
além de um inquérito.
"Poderemos pedir a prorrogação do prazo da prisão temporária, que termina no domingo, por
mais cinco dias", disse.
DP vazio
Ontem, o 2� DP, localizado no
bairro de Campos Elíseos, funcionou com apenas cinco investigadores em vez de oito. "Os três investigadores estavam em serviço
havia cerca de dois meses", disse
Eurípedes da Silva Stuque, delegado-titular do distrito.
Os advogados dos policiais já
definiram a linha de defesa. Vão
dizer que os investigadores caíram em uma cilada preparada pelo comerciante de Jardinópolis.
"Meses atrás, eles prenderam o
comerciante, mas o caso já terminou e não há mais vínculo nenhum entre os policiais e o autor
das denúncias", afirmou o advogado Gilberto França, 64, que vai
defender Tritolli, Malvestio e
Vendrúsculo.
O quarto investigador envolvido, apontado como quem pegou
o malote e trocou tiros com a polícia durante a fuga, será defendido
por outra advogada, que não foi
localizada ontem pela Folha.
"Estou conversando com a outra advogada do caso porque a linha de defesa será a mesma."
De acordo com o advogado, se o
último policial foragido se apresentar hoje, será preso.
Trittoli, que foi demitido da polícia, vai recorrer da exoneração
porque, segundo França, foi absolvido no crime no qual era acusado.
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